Pirâmide financeira: a fraude do dinheiro fácil

Atualmente nos deparamos com diversos anúncios tentadores que nos prometem dinheiro fácil, sem sair de casa e sem possuir um patrão. Se você se deparar com esses anúncios, desconfie, pois provavelmente fazem parte da chamada pirâmide financeira. Nela, a promessa de ganhar dinheiro fácil frequentemente vira pesadelo, na forma de dívidas intermináveis.

A pirâmide funciona pelo recrutamento gradual de investidores novos, em que cada um que entra gera ganhos para quem o trouxe. O objetivo desse esquema fraudulento é a remuneração elevada aos primeiros investidores, sempre à custa do dinheiro de quem ingressou depois.

Esta forma ilícita e insustentável de gerar lucro promete às pessoas que  as mesmas terão consideráveis benefícios com a entrada de outros investidores. O problema é que, como não há um produto  ou bem competitivo sendo vendido, e o foco esta no recrutamento incessante de pessoas para os níveis superiores da pirâmide, em alguma hora a empresa para de crescer e o esquema fracassa.  Como resultado, os últimos associados sempre perdem o dinheiro investido, sem conseguir reavê-lo. No fim das contas, praticamente todos saem no prejuízo.

Existem sistemas elaborados, que simulam a venda de produtos. Mas há sistemas mais simples, nos quais sequer há produtos comercializados ou estes têm pouca ou nenhuma relevância para o negócio, sendo o incentivo à adesão de novas pessoas a principal fonte de renda do participante.

Outros sistemas, ainda mais complexos, tentam confundir a pirâmide financeira com a prática de marketing multinível, que é totalmente legal e prevê a remuneração do participante pela venda real de produtos, sem obrigar ninguém a fazer uma adesão. Nesse caso, os participantes recebem uma comissão pelas vendas efetuadas, as próprias e daquelas pessoas que recrutou, mas não ganham nada apenas pelo recrutamento de novos participantes.

É possível lucrar em esquemas de pirâmide e ganhar bastante dinheiro, razão pela qual este modelo vem ganhando popularidade. Mas, para que você lucre, o que já é pouco provável, isso virá às custas dos investimentos e dos sonhos de muitos outros associados, neste esquema fraudulento em que um só ganha se o outro perder.

Confira o boletim informativo com orientações do consultor jurídico  da Proteste, Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, Renato Santa Rita: 

 

Evite cair no esquema de pirâmide financeira

1- Investigue a empresa: Antes de entrar no investimento, é preciso investigar a empresa pelo Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), tanto em órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, quanto nos sites de reclamações de consumidores – por exemplo, o Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br) e o Denuncio (www.denuncio.com). Também é possível verificar informações na Junta Comercial do Estado ou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

2- Desconfie de promessas de retornos elevados com baixo risco: Rentabilidade e risco costumam andar de mãos dadas. Se é bom demais para ser verdade, provavelmente não o é. Decida com calma. Desconfie de oportunidades apresentadas como imperdíveis que exigem, por qualquer motivo, uma decisão imediata. O objetivo pode ser o de evitar que você reflita um pouco mais e desista. 

3- Tenha certeza de que entendeu os riscos e as características do investimento: O investidor não deve ter receio de fazer perguntas já que os golpistas costumam omitir informações sobre as propostas de investimento. Se você não consegue explicar a alguém pelo menos as principais características do investimento escolhido, é porque não o entendeu completamente. Com formação continuada, você em breve poderá ter mais elementos para decidir adequadamente.

4-Guarde toda a documentação e acompanhe as operações: Todo investidor guarde o material de divulgação da proposta, bem como os contratos assinados, que poderão ser utilizados como meio de prova posteriormente na Justiça ou nos órgãos de defesa do consumidor. A sugestão é que o investidor nunca entregue sua senha a terceiros e também verifique se pessoas contratadas para gerir seus investimentos tenham registro nos órgãos responsáveis.

Proteste
Foto: Divulgação

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