Guedes diz que é “mentira” que há 33 milhões de brasileiros passando fome

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a negar a realidade, nesta quarta-feira (21), ao afirmar que “é mentira” que há 33 milhões de brasileiros passando fome.
A declaração, alinhada com a campanha de Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, foi feita durante evento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), em São Paulo.
“33 milhões de pessoas passando fome é mentira. Nós estamos transferindo para os mais pobres, com o Auxílio Brasil, 1,5% do PIB, 3 vezes mais do que recebiam antes”, afirmou Guedes.
“É impossível ter 33 milhões de pessoas passando fome. Por mais que tenha havido inflação, não foi 3 vezes mais. O poder de compra está mais do que preservado por essa nova transferência de renda”, prosseguiu ainda o ministro.
O número citado por Guedes consta em um levantamento recente Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Pensann), entidade que é referência no monitoramento da fome e reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O FATO
De acordo com dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia (Vigisan) divulgados na úiltima quarta-feira (14), cerca de 33 milhões de pessoas disseram que não têm o que comer e outras 125,2 milhões, a metade do país, até come, mas não com quantidade e qualidade necessárias ou sentem incerteza quanto a continuarem comendo.
A pesquisa foi realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Pensann) e, se compararmos com os mesmos dados de 2018 é possível ver durante o período de Jair Bolsonaro (PL) à frente do país uma diminuição substancial, de cerca de um terço, da parcela da população que vive em segurança alimentar, ou seja, aquela que come razoavelmente bem e sabe que voltará a comer no dia seguinte.
Em 2018, eram 63,4% dos brasileiros em segurança alimentar contra 41,3% em 2022. Já em relação a insegurança alimentar leve – quando há incerteza quanto ao acesso a alimentos em um futuro próximo e/ou quando a qualidade da alimentação está comprometida – que em 2018 era parte da realidade de 20,7% dos brasileiros, hoje está em 28%. Por fim, as categorias “grave” e “moderada” de insegurança alimentar apresentaram aumentos de saltar os olhos.
Enquanto a insegurança alimentar moderada – quando a quantidade de alimentos é insuficiente – saltou aproximadamente 50%, de 10,1% da população em 2018 para 15,2% em 2022, a categoria grave, que indica quem efetivamente passa fome e não têm expectativas de matá-la, subiu quase 200%, de 5,8% da população em 2018 para 15,5% neste ano.

 

Com informações de Revista Fórum***

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