Golpe dos nudes: 28 são presos no RS por esquema que lesou 500 pessoas em ao menos 4 países

A Polícia Civil prendeu preventivamente, durante operação nesta sexta-feira (6) no Rio Grande do Sul, 28 pessoas por suposto envolvimento em um esquema de golpe dos nudes – a investigação indica que a organização criminosa lesou em R$ 700 mil mais de 500 pessoas em um mês dentro e fora do estado (saiba, abaixo, como o esquema funcionava), além de outros países, como Alemanha, Portugal e Jamaica.

Foram identificados membros dentro do Presídio Regional de Pelotas, na Região Sul do RS – também foram cumpridos mandados de prisão preventiva contra 57 detentosUm esquema de aluguel e venda de celulares para prática do crime foi descoberto pela polícia. Um aparelho era comercializado por até R$ 15 mil (abaixo, confira detalhes do esquema).

As chefias da quadrilha atuariam a partir de Pelotas. No total, mais de 100 pessoas suspeitas são investigadas. Houve o cumprimento de 47 mandados de busca e apreensãobloqueio de oito imóveis já identificados, de contas bancárias e sequestro de cinco veículos.

O esquema

Conforme a Polícia Civil, os criminosos criavam perfis falsos em redes sociais, entravam em contato com vítimas em potencial e, ao longo da conversa, havia a troca de nudes – as extorsões começavam quando a vítima era informada pelo estelionatário que, se passando por um personagem (policial, advogado ou pai das pessoas que aparecem nuas nas imagens), dizia que as imagens seriam de pessoas menores de idade, o que é crime. Assim, para que a vítima não fosse denunciada à polícia, precisaria pagar o valor exigido pelos criminosos.

A investigação aponta que, em cerca de 38 dias, houve 690 extorsões contra mais de 500 vítimasmovimentando R$ 701.363 com o esquema.

Venda de celulares para a prática de golpes

A Polícia Civil também descobriu “um mercado de venda e aluguel de aparelhos telefônicos” dentro das prisões para a prática dos golpes.

Conforme a investigação, um celular é vendido no Presídio Regional de Pelotas por R$ 15 mil, enquanto carregador e fone de ouvido são comercializados por R$ 3 mil e R$ 1 mil cada.

A investigação apurou que 20% de todo valor recebido iria para as contas da organizações criminosa e o restante era dividido entre os presos que participaram das extorsões e que atuavam em diferentes papeis como, por exemplo, a menina menor de idadeo advogadoo pai ou o policial.

Fonte: g1 RS

Foto: RBS TV/Reprodução

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