Concurso de Cartas do Jovem Empreendedor Rural premia vencedores neste fim de semana

Em Frederico Westphalen há várias histórias de pessoas que acreditaram no potencial empreendedor do meio rural e optaram por transformar a sua realidade no campo. Pensando em reconhecer essas iniciativas a Prefeitura, em parceria com o escritório municipal da Emater, criou o Concurso de Cartas do Jovem Empreendedor Rural, oportunizando os interessados a compartilhar as suas experiências.

Na última quinta-feira, 14, uma comissão escolheu as três histórias de jovens empreendedores. Entre tantos relatos bem-sucedidos os selecionados foram: Denise Secretti, André Luis Bisollo e  Cassiano De Pellegrin.

A premiação do concurso acontecerá no sábado, 23, momento em que também serão conhecidos os vencedores do Concurso de Vinhos Coloniais Artesanais. O evento será realizado na Casa de Pedra, localizada no Parque de Exposições, a partir das 20h. Ingressos estão sendo comercializados na Secretaria da Agricultura e Escritório Municipal da Emater. Conheça as histórias dos jovens empreendedores:

 Denise Secretti, 24 anos, empreendedora rural na Linha São Paulo.

Quem vê o rosto delicado de menina não imagina a garra de mulher empreendedora que ele esconde. Força de vontade e fé nos objetivos é o que resume essa história. A jovem de 24 anos, Denise Secretti, até tentou trabalhar na cidade, aonde também chegou a realizar um curso de bombeiros e iniciar o curso de estética, mas o amor pela vida no campo a trouxe de volta as suas origens. Denise nasceu na Linha São Paulo, onde mora com os seus pais e o seu esposo, e desde cedo convive com a rotina do trabalho no interior, principalmente a produção leiteira.

Recentemente ela chegou à conclusão de que necessitavam realizar maiores investimentos na área como meio de obter maiores rendimentos, e após buscar orientações e informações, a jovem decidiu construir instalações adequadas para a realização da atividade. Assim, há três meses, a propriedade conta com um espaço apropriado para a realização da ordenha, bem como, com todos os equipamentos necessários para a prática, pois até então o serviço era todo feito manualmente.

Denise expandiu o seu rebanho de gado leiteiro, e conta como se sente feliz ao desenvolver o seu próprio negócio e poder contar com o apoio e contribuição de sua família. “Não é porque a gente é mulher que só tem que ficar dentro de casa, lavar roupa, fazer comida e limpar a casa. O mundo é igual pra todas nós, então é só arregaçar as mangas e trabalhar, porque tudo a gente pode conseguir”, comenta a jovem.

Basta observá-la um pouco durante a sua lida diária para perceber que a jovem mulher desempenha suas tarefas com muito amor e dedicação e que, principalmente, mantém um vínculo de amizade com os animais, que lhe fornecem a matéria prima que comercializa.

Denise acredita que todo o investimento valeu a pena, e deixa um recado para os jovens do meio rural. “Sempre tem um jeito de melhorar, ir além e conseguir as coisas. Na cidade é muito difícil, eu tive a experiência. Não deixem o meio rural, tentem investir e peçam ajuda para quem tem especialização e pode te auxiliar”, afirma ela.

André Luiz Bisolo, 29 anos , empreendedor rural na Linha São João do Porto

André Luiz Bisolo, morador da Linha São João do Porto, e proprietário da agroindústria Embutidos Bisolo, teve a sua carta escolhida, e conta, emocionado, como tudo começou. André recorda que em 1998 o seu pai, Ademir, iniciou a produção de salames no porão da casa da família, com um porco negociado com seu avô e uma faca emprestada.

André sempre participou ativamente da produção, e relata que passaram diversas dificuldades, principalmente por terem somente uma moto com a qual faziam as entregas, o que prejudicava a tarefa nos dias chuvosos. “Toda produção era levada em cima de uma moto. A gente não tinha maquinário e nada, pra carnear o primeiro porco tivemos que pedir uma faca emprestada porque a gente não tinha. Com o tempo pudemos comprar os equipamentos”, lembra André.

Ainda no começo da produção de embutidos, produziam o salame apenas conforme houvesse encomenda, o que girava em torno do abate de um a dois porcos por semana. Mesmo com o tempo não colaborando, como em dias de muita chuva, a família Bisolo nunca deixou de realizar as entregas.

Em meados de 2006 já havia uma grande demanda pelos embutidos que fabricavam. Neste período a pequena agroindústria já estava no nome de André,  que  foi em busca de cursos e especialização com o intuito de produzir um produto sempre de qualidade melhor.

Atualmente, André, que assumiu a frente dos negócios da família, está prestes a inaugurar a nova instalação da agroindústria, que conta com um espaço adequado e moderno para o processo de fabricação dos embutidos. André tem orgulho em dizer que toda sua família está envolvida no processo, inclusive sua noiva e seu sogro – que agora também é sócio do empreendimento. O nova instalação irá permitir um crescimento da produção, com uma média de 10 mil kg de salame por mês.

 Cassiano De Pellegrin, 23 anos, empreendedor rural na Linha Ponte do Pardo 

Ainda faltam algumas horas para o sol despontar na Linha Ponte do Pardo e Cassiano De Pellegrin já está na lida. Antes mesmo dos primeiros raios chegarem para aquecer o frio e derreter a geada da manhã fria de inverno, o jovem de 23 anos já começa o seu serviço diário, na bovinocultura de leite.

Cassiano é estudante de agronomia, decidiu fazer o curso para aplicar os conhecimentos na propriedade da família. Com o desejo de permanecer no meio rural, o jovem agricultor chegou à conclusão de que era necessário investir na produção leiteira, para assim ampliar o negócio, e respectivamente a renda familiar.

Por meio de cursos e orientações ele obteve as informações e com o apoio da família deu início a nova fase. Assim, foi construída uma estrutura moderna e apropriada para o desenvolvimento da atividade de bovinocultura. Cassiano lembra que antes passavam por muitas dificuldades para trabalhar. “As nossas condições de trabalho eram muito precárias, a gente ordenhava as vacas a mão, e o ambiente não era adequado, a gente não tinha toda essa qualidade na questão do leite”, comenta ele.

Com a aquisição dos equipamentos adequados para a ordenha, um espaço adequado, implantação do sistema de irrigação nas pastagens e investimento no melhoramento genético do gado, Cassiano e sua família estão colhendo os frutos dessa iniciativa de empreender. Por fim, ele deixa um recado. “O jovem que quer ficar no meio rural tem que se aperfeiçoar, buscar novos conhecimentos. A propriedade rural é um lugar onde é possível ter sucesso e com qualidade de vida”.

ASCOM – Prefeitura de Frederico Westphalen


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