“O nosso olhar precisa cada vez mais não ser de restrição”

Integrando a programação da Primeira Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, foi realizada na noite da quarta-feira, 24, uma Live com Profissionais de Recursos Humanos de empresas/instituições de Frederico Westphalen. A transmissão ocorreu pelas páginas da Câmara e FWTV no Facebook, mas contou com a presença de estudantes e demais representantes da comunidade, que vieram até o Plenário Hilário Piovesan acompanhar o evento.

Os convidados da Live foram o gerente de Gestão de Pessoas da Sicredi Alto Uruguai, Maigon Pires; a coordenadora de Recursos Humanos da empresa Bakof, Francine Dal Forno; a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade da URI/FW, Vanice Hermel e a psicóloga do Setor de Recursos Humanos da universidade, Simone Pinheiro. O vereador Raul Pazuch da Silva, representando o Poder Legislativo; a consultora e psicóloga da Associação Empresarial (AEFW), Aline Galhardo; o economista e tesoureiro da Associação dos Autistas – Miguel, Adriano Reis; e Ana Grassi, representando os PCDs, também participaram do momento e fizeram suas contribuições.

Na oportunidade, cada profissional relatou como sua empresa, instituição ou cooperativa realiza a contratação de pessoas com deficiência e trouxe seu olhar sobre o tema debatido na Semana Municipal da Pessoa com Deficiência, “Inclusão: Da Escola ao Mercado de Trabalho”. “Nós falamos da sigla PCD, e o P é de Pessoa e isso traz uma simbologia muito forte. O nosso olhar ele precisa cada vez mais não ser de restrição, mas de desafiar esse PCD que ingressou ao nosso quadro de colaboradores a mostrar que ele tem um potencial absurdo. O olhar restritivo ele é muito danoso. É importante desafiarmos todas as pessoas, independente se ela tiver deficiência ou não”, comentou Pires.

“A vaga é para a pessoa com deficiência. É ela quem nos mostra a sua habilidade”

De acordo com Vanice, a URI possui 15 pessoas com deficiências trabalhando em todos os câmpus e a instituição possui um Núcleo de Acessibilidade, que trabalha junto com o Setor de Recursos Humanos na contratação de um PCD. “Quando eu fui chamada para compor o Núcleo da Acessibilidade da URI/FW eu fiquei muito feliz, porque eu não conseguiria pensar como eu penso a pessoa com deficiência e trabalhar numa instituição que não olhasse para a pessoa e buscasse justamente seu espaço, sua eficiência. Nossa vaga nunca é destinada para um grupo específico, é uma vaga para a pessoa com deficiência. É ela quem nos mostra a sua habilidade, a área que melhor ela pode desenvolver”, destacou a coordenadora.

Resistência ao mercado de trabalho por medo de perder o BPC

Uma questão levantada por Ana Grassi foi a resistência da maioria dos PCDs ao mercado de trabalho em razão do medo de perderem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). De acordo com Francine, a empresa precisa ter o comprometimento e este cuidado para com o colaborador. “Nós fizemos a divulgação de vagas de emprego e é muito raro recebermos um currículo de uma PCD. Quero dizer aqui que nós nunca vamos pedir os requisitos para essa vaga, pois, como nossa política, é a empresa que irá se adaptar às habilidades da pessoa com deficiência. Prova disso, é que temos um colaborador com 30 anos de carteira assinada trabalhando conosco. Sobre o BPC, é lógico que a empresa precisa ter um comprometimento. Quando alguém começa a trabalhar ela passará por treinamentos, contatos, avaliações, terá um feedback quase que diário. Por isso, é preciso desmistificar que a pessoa vai perder o benefício e ficar a ver navios, de forma alguma. Há todo esse cuidado”, salientou Francine.

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