Revista geral às celas 4 e 7 do Presídio Estadual de Frederico Westphalen resultou na apreensão de telefones, drogas e armas na manhã desta segunda-feira, 7 de março.
Coordenados pelo chefe de segurança da unidade, Oliverio de Vargas Rosado, agentes penitenciários que saíam do plantão e profissionais que assumiam o turno fizeram a vistoria após recebimento de denúncias.
No total, eles localizaram três facas artesanais – chamadas de estoques -, três invólucros contendo cerca de 5 gramas de uma substância com características de maconha, além de seis celulares, mais duas baterias e um carregador. A ação iniciou às 8h e encerrou por volta das 9h30.
De acordo com a administradora da casa prisional, Adriana Borella Rosado, a suspeita é de que os celulares tenham entrado nos horários de visita, escondidos na partes íntimas de visitantes. Além disso, há casos de drogas e outros ilícitos que são arremessados para dentro do pátio. “Já flagramos algumas dessas situações e estamos buscando alternativas para resolver o problema. Pensamos em instalar uma tela em cima do pátio, como há em Iraí e Carazinho”, disse Adriana.
Baixo efetivo versus aumento da população carcerária
Segundo a administradora, fazia tempo que não ocorriam revistas no presídio devido à falta de efetivo. Atualmente, a unidade conta com nove agentes para quase 180 apenados. A capacidade de engenharia da estrutura foi construída para 84 presos. “Nossos agentes fazem escoltas internas, externas e o serviço dentro do presídio. Por turno temos três profissionais, mas o ideal seria cinco. Além disso, ainda enfrentamos a redução de horas extras”, explicou Adriana.
Os resultados da superlotação carcerária são celas ocupadas por até dez apenados – quando deveriam abrigar quatro -, necessidade de construção de uma nova galeria e estrutura de energia elétrica prejudicada. A fim de resolver os problemas, a administração abrirá mão da construção do albergue e busca, junto ao Judiciário, auxílio para conseguir mais celas e uma subestação de energia elétrica. “Estamos no limite. Devido à superlotação, tivemos duas vezes em que o presídio quase pegou fogo. Estamos revezando o uso de lâmpadas e chuveiros. Se passarmos de 180 presos, vamos ter de interditar a unidade ou realocar apenados a outras cidades, como Iraí e Sarandi”, complementou Adriana.
Folha do Noroeste