Autor de estupro e morte de adolescente indígena Kaingang é identificado

A conclusão do inquérito sobre o abuso sexual e morte da adolescente indígena kaingang Daiane, de 14 aos, foi anunciado na manhã desta quarta-feira, 15, pela Polícia Civil. O corpo da menina foi encontrado no último dia 04 de agosto passado em Linha Ferraz, na zona rural do município de Redentora.

Em entrevista coletiva à imprensa ocorrida na sede da 22ª Delegacia de Regional de Polícia do Interior, em Três Passos, o encarregado da investigação, delegado Vilmar Alaídes Schaefer, detalhou o procedimento policial que será remetido ao Ministério Público do Rio Grande do Sul e ao Poder Judiciário.
Através de diligências e apoio do Instituto-Geral de Perícias (IGP), o trabalho investigativo dos policiais civis identificou o autor do crime, que não é indígena e já se encontrava preso como suspeito.

De acordo com o delegado Vilmar Alaídes Schaefer, o indivíduo foi indiciado por “crime de estupro de vulnerável seguido de homicídio praticado por asfixia mecânica contra a vítima para assegurar a impunidade do crime antecedente de violência sexual”.
Segundo ele, ainda foi praticado um feminicídio e citou inclusive “o menosprezo e discriminação à condição indígena” da vítima. “Ela estava em uma situação de vulnerabilidade e impossibilidade de manifestar qualquer vontade”, enfatizou Schaefer.
Ao total 88 pessoas prestaram depoimentos, todas estavam em uma festa na vila São João, onde a vítima e amigas participaram entre a noite do dia 31 de julho e madrugada de 1º de agosto.

DILACERAÇÕES NO CORPO

Sobre as dilacerações, o delegado Schaefer constatou que não tinham sido produzidas pelo indiciado, mas por animais. “O lugar onde o cadáver foi localizado é ermo e de difícil acesso. Só foi ali quem conhecia o local”, ressaltou o delegado. O corpo estava em uma plantação nas imediações de uma mata aberta. Nua, a indígena tinha parte do corpo dilacerado.
“Todo crime deixa vestígios. Foram deixados vestígios genéticos no corpo da vítima que levaram ao autor dos fatos. O DNA dele estava no corpo dela”, recordou. O pedido de prisão preventiva do indiciado, que está recolhido no Presídio Estadual de Três Passos, já foi solicitado.

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