Experiência de equipes médicas evolui e salva cada vez mais pacientes de covid-19

Há quase seis meses vivendo em meio a pandemia do coronavírus, os brasileiros começam a se deparar com novos cenários e novos números. Se por muito tempo a incerteza da melhor forma de tratamento foi preocupante, hoje é possível dizer que a experiência adquirida pelos profissionais da saúde, depois de atender tantos casos, está ajudando a salvar vidas. Segundo uma pesquisa que analisa a taxa de letalidade no Brasil, o índice que já chegou a ser de 7% hoje é de 3,1%, No entanto, mesmo com essa baixa, não há indicativos de que o vírus também tenha diminuído em quesito circulação. Pelo contrário, fatores que influenciam na propagação, como aglomerações vem crescendo cada vez mais. 

O Brasil vem acompanhando um movimento a nível mundial, que é a agilidade na busca de soluções, tratamentos e técnicas que ampliem as expectativas de sobrevivência dos pacientes.  A agilidade dos estudos que foram feitos ao longo da epidemia ajudou na construção de mais conhecimento sobre o assunto. Influenciando assim, a prática do dia a dia. Certamente uma pessoa que interna hoje para ser tratada tem uma chance maior de ter um bom desfecho do que no início da epidemia”, afirma o infectologista e professor da Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, André Giglio Bueno.

Essa mudança na forma de tratamento, não está sendo apenas para pacientes com doença grave, mas também para pacientes com a forma grave da doença.  Quem está com sintomas leves, foram estabelecidos novos protocolos que vêm ajudando a diminuir a evolução para casos mais graves. Um deles é a orientação para que, aos primeiros sintomas, a população busque ajuda em unidades de atendimento. Inicialmente, a recomendação era para que cidadãos e cidadãs com a forma leve da doença permanecessem em casa, uma tentativa de evitar dar mais chance à propagação da covid-19. Agora, a percepção é de que os cuidados iniciais podem ser determinantes para evitar o agravamento da situação e para o andamento correto do tratamento.

De acordo com dados do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), o total de pessoas que buscaram o sistema de saúde com suspeita de covid-19 chegou a 3,3 milhões em julho. O número representa mais de 22% dos que tiveram algum sintoma. Em junho esse índice era de pouco mais de 19%.“Essa orientação inicial tem ajudado bastante os pacientes que têm a doença a entender os pontos principais aos quais é preciso ficar atento. Quando eles recebem essa orientação presencial, com certeza aumenta as chances de adesão. Deixa a pessoa mais tranquila e preparada para conduzir a observação dela em casa”, ressalta André Giglio Bueno.

Outra mudança que trouxe resultados substanciais, principalmente em quadros de sintomas mais leves, foi o uso do oxímetro, aparelho que mede a quantidade de oxigênio no sangue. Ainda no início de 2020, equipes médicas começaram a notar que o comprometimento do pulmão em casos de covid-19, muitas vezes é silencioso e não causa falta de ar, condição chamada de hipóxia silenciosa. Os casos de pneumonia grave sem sintomas surpreenderam até mesmo profissionais com larga experiência na área.  

*Brasil de Fato 

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