Entidades estudantis pedem demissão do ministro da Educação

Em manifestação conjunta divulgada nesta terça-feira (22), a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) e a Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG) pediram a demissão do ministro da Educação, Milton Ribeiro. A manifestação é decorrente da divulgação de um áudio, pelo jornal Estado de S. Paulo, em que o ministro aparece negociando liberação de verbas do MEC com dois pastores evangélicos, Gilmar Santos e Arilton Moura, que não possuem cargo no governo.
“A UNE, UBES e ANPG vêm a público manifestar indignação com as estarrecedoras gravações em que o ministro da Educação admite, de viva voz, beneficiar amigos de determinados pastores na liberação de verbas públicas do MEC, atendendo ordem direta do próprio presidente da República. Trata-se do funcionamento de um gabinete paralelo, funcionando às margens da legalidade e sob critérios políticos e ideológicos nada republicanos”, dizem as entidades.
O áudio foi gravado em uma reunião do MEC em que Milton Ribeiro fala sobre o orçamento da pasta, cortes de recursos da educação e a liberação de dinheiro para obras de creches, escolas, quadras ou para compra de equipamentos de tecnologia. “Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, diz o ministro na conversa.
“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do (pastor) Gilmar”, acrescentou o ministro, que também indica haver uma contrapartida à liberação de recursos da pasta. “Então o apoio que a gente pede não é segredo, isso pode ser (inaudível) é apoio sobre construção das igrejas.”
Para as entidades estudantis, o áudio comprova que o MEC se transformou em um balcão de negócios para “alimentar esquemas eleitorais do presidente”.
“A Educação precisa ser pilar para reconstrução nacional e de geração de oportunidades para nossa juventude. Se antes, por não lutar por avanços na educação brasileira, já não reunia condições de seguir à frente do MEC, diante deste escândalo, o ministro perdeu todas as condições de permanecer no cargo. É imperioso que o Congresso Nacional, em sua atividade de fiscalização do Executivo, e o Ministério Público Federal e autoridades judiciárias tomem providências para cessar esse descalabro”, diz a nota.

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