É #FAKE vídeo sobre ex-presidente Lula com acusações de corrupção

Está circulando pelas redes sociais um post que usa conteúdos fora de contexto e áudio com imitação do ex-presidente Lula para confundir sobre acusações de corrupção.

O conteúdo falso, em forma de montagem, usa dois vídeos, um que mostra trecho de uma entrevista com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e outro com um depoimento em que o ex-ministro Antonio Palocci diz que Lula recebeu dinheiro e imóveis para sua “aposentadoria”. Por último, também possui um áudio em que o ex-presidente supostamente estaria irritado com as declarações de Palocci no Jornal Nacional. 

O texto que acompanha a montagem também diz que “não adiantou o TSE apagar o vídeo”, sem mencionar o desfecho das denúncias realizadas, que já foram arquivadas pela Justiça ou tiveram a condenação anulada.

O vídeo de Palocci mostrado na postagem é do depoimento realizado através de sua delação premiada, que foi assinada com a Polícia Federal e homologada pelo ministro do STF Edson Fachin. As falas foram compartilhadas por veículos de imprensa. Entretanto, em um dos processos, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu excluir o depoimento de Palocci dos autos, mais um motivo que comprova que os conteúdos foram tirados de contexto. 

Segundo Ricardo Lewandowski, a ordem do juiz Sergio Moro de suspender o sigilo da delação de Palocci às vésperas da eleição de 2018 teve quebra da imparcialidade. Gilmar Mendes afirmou que a demora em juntar o acordo de delação premiada aos autos da ação penal “parece ter sido cuidadosamente planejada” para gerar um “verdadeiro fato político na semana que antecedia o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018″. 

Outras checagens envolvendo o último áudio já foram feitas sobre o conteúdo em anos anteriores, em 2017 e em 2019, e confirmam que se trata de um homem que imita a voz de Lula. O áudio não contém a voz de Lula em nenhum momento, o que fica claro na comparação com outras gravações do ex-presidente. Outros conteúdos foram autorizados pela Justiça e divulgados oficialmente pela força-tarefa da Operação Lava Jato em 2016.

A postagem repercutiu principalmente no Twitter. Até a última semana, reunia 8.907 retweets e  mais de 13,4 mil curtidas.

*Com informações do Projeto Comprova

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