Depoimento de Luciano Hang à CPI da Pandemia, nesta quarta-feira, 29, segue tumultuado entre interrupções de senadores favoráveis e contrários ao governo.
O dono da rede de lojas Havan, é acusado de participar o chamado “gabinete paralelo”, grupo que atuou informalmente junto ao Ministério da Saúde nas decisões relacionadas ao combate à pandemia. O grupo é acusado de contribuir para a disseminação de fake news sobre a doença, de promover tratamentos sem comprovação científica e defender a “imunidade de rebanho” com relação do distanciamento social e da vacinação em massa.
Hang rejeitou a denominação de “negacionista” e disse ser favorável à vacina. Afirmou que a CPI desrespeitou a memória de sua mãe, que morreu de covid em fevereiro, em hospital da empresa Prevent Senior, investigada também pela comissão. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD), negou ter havido desrespeito e ressaltou que foi o próprio depoente o primeiro a mencionar a morte da mãe nas redes sociais, para defender o controvertido tratamento precoce contra o coronavírus.
Luciano Hang ao responder as perguntas iniciais de Renan Calheiros admitiu possuir contas no exterior e empresas offshore, ressalvando que todas estão declaradas à Receita Federal. Ainda, negou ter recebido financiamento de instituições públicas, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ao longo do depoimento, senadores se queixaram do andamento dos trabalhos.
O senador Rogério Carvalho (PT)declarou ter sido ofendido por um dos dois advogados de Hang. Depois de prolongada discussão, o presidente da CPI, Omar Aziz, decidiu pela retirada do advogado e suspendeu a sessão.
Depois de ficar 45 minutos suspensa, a sessão da CPI da Covid foi retomada. No retorno de todos a sala, o representante do depoente pediu a palavra e fez um pedido de desculpas à comissão pelo comportamento.