Aconteceu na tarde desta segunda-feira, 13, a VI Conferência Municipal de Saúde de Frederico Westphalen com o tema: Saúde Pública de Qualidade para Cuidar bem das Pessoas: Direito do Povo brasileiro.

O evento contou com a presença de autoridades que formaram a mesa principal: Prefeito do município Roberto Felin Junior, Coordenador da 19ª Coordenadoria Regional de Saúde, Fernando Panosso, Vice prefeito do município, Luiz Franciscatto Sobrinho, Presidente do Conselho Municipal de Saúde, Neila Binoto Rodrigues, Secretária Municipal da Saúde, Marly Vendruscolo, Vereador Lídio Signori e o palestrante da conferência, Lotário Schlindwein, membro do Conselho Estadual de Saúde.

Definir diretrizes e prioridades para as políticas de saúde locais, visando a humanização no atendimento pela rede pública com prevenção, qualidade e resolutividade, fortalecendo o controle social do SUS e garantindo formas de participação dos diversos setores da sociedade em todas as etapas, foram os principais objetivos elencados na Conferência.
Neila Binotto, presidente do Conselho Municipal de Saúde fala da importância do evento:

 

 

A conferência foi aberta ao público e centenas de pessoas se fizeram presentes para acompanhar e participar da elaboração de propostas que irão para o relatório final e que será avaliado em esfera estadual e nacional. A partir de eixos temáticos as pessoas se dividiram em cinco grupos e debateram assuntos relacionados a seu tema e elaboraram propostas que foram apresentadas e votadas em sequência.

Confira as propostas de cada eixo:

Eixo I: Direito a saúde, garantia de acesso e atenção de qualidade;

PROPOSTAS

1- Divulgação da cartilha dos usuários do SUS;

2- Cobertura de 100% de ESF;

3- Lutar pela efetiva implementação da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, contrapondo-se ao uso dos organismos geneticamente modificados e a desregulamentação da utilização de agrotóxicos no pais;

4- Avançar na implementação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS, assegurando o respeito às escolhas das pessoas e as práticas e saberes em saúde das populações tradicionais, na perspectiva de promover mudanças no modelo de atenção à saúde;

5- Denunciar a falsa proposta de cobertura Universal de Saúde, que não produz cobertura a todos e sim pacotes limitados de serviços que não atendem as necessidades de saúde da população;

6- Estruturar políticas que considerem a territorialidade e a regionalidade para o acesso à saúde articulando outras políticas como reforma urbana, segurança, transporte, acesso à terra e a água, e segurança alimentar e nutricional, entre outras relacionadas as perspectivas de impactos no desenvolvimento regional e na determinação social da saúde;

7 – defender os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres sobre sua saúde e sua vida, visando: redução da violência sexual e doméstica, diminuição da mortalidade materna, planejamento reprodutivo, atendimento em situação de aborto, saúde das mulheres jovens/lésbicas/negras/rurais/indígenas/com deficiências e patologias, e inclusão da abordagem de gênero na formação dos profissionais de saúde;

 

Eixo II: Participação e Controle Social:

PROPOSTAS

1 – Respeitar a competência legal, a autonomia e o caráter deliberativo dos Conselhos de saúde na formulação de políticas e na fiscalização das três esferas de governo;

2 – Comprometer e responsabilizar os gestores nas três esferas de governo pela oferta de estrutura física, recursos humanos e financiamento adequado para que os conselhos de saúde possam exercer plenamente suas funções cumprindo com suas atribuições definidas em lei;

3 – Refletir e propor estratégias para a efetividade dos resultados e das resoluções das conferências;

4 – Implantar e implementar a política de educação permanente para o Controle Social no SUS, mediante apoio político financeiro aos planos de trabalho nas instancias Nacional, Estadual e do Distrito Federal;

5 – Buscar a articulação entre os demais conselhos no município na formulação de políticas, garantindo e oportunizando a capacitação dos conselhos e conselheiros em geral;

 

Eixo III: Valorização do Trabalho e da Educação em Saúde:

PROPOSTAS

1 – Criação de um Plano de Carreira baseado em uma Lei Federal ou Estadual valorizando o profissional de saúde no sentido a oferecer o ambiente e estrutura adequada de trabalho, educação continuada com acesso facilitado para todos os profissionais de saúde (acréscimo salarial de acordo com as especializações/ títulos adquiridos);

2 – Fixar prazo máximo de dois para solucionar de forma definitiva, as pendências relacionadas aos problemas existentes com os recursos humanos do SUS;

  

Eixo IV: Financiamento do SUS e relação público-privada:

PROPOSTAS

1 – Revogar o Artigo 142  da Lei N. 13.016/2015 que permite a entrada de capital estrangeiro nos serviços de assistência a saúde;

2 – Posicionar-se contrário a PEC N. 451/2014 que pretende tornar obrigatório a garantia de plano de saúde para o trabalhador do mercado formal;

3 – Na possibilidade de criação de novo imposto fiscal para custeio dos recursos da saúde, que seja obrigatória a destinação de 40% para o local de geração 30% para o Estado e 30% para a União;

4 – Efetivar o funcionamento dos Conselhos Municipais, Estaduais e Federais  de Saúde a fim de fiscalizar e cobrar os percentuais previstos na Lei Complementar 141/2012 que devem ser repassados a cada esfera pública;

5 – Eliminar o limite da Lei da Responsabilidade Fiscal para despesa com pessoal da saúde, e apoiar a PL nº 251/2015 que amplia a possibilidade de gastos com o setor saúde.

  

Eixo V: Gestão do SUS e modelos de Atenção à Saúde:

PROPOSTAS

1 – Alterar a Lei de Responsabilidade Fiscal referente ao limite de gastos com pessoal da área da saúde; (Retirar os gastos com pessoal de profissionais da área da saúde);

2 – Transferir recursos de acordo com critérios de rateio da LC 141/2012 e adotar mecanismos que diminuam a interferência Federal na Administração Pública, Municipal, Estadual e do Distrito Federal, além de melhorar o mecanismo de transparência da informação;

3 – Ampliar a implantação da atenção básica para atingir 80% da população brasileira, fortalecendo-a ordenadora do sistema;

4 – Fortalecer a Região de Saúde como elemento para integralidade para assistência a saúde em razão das interdependências federativas;

5 – Reafirmar e cumprir o comprometimento da Portaria que regulamenta as UPAs, 50% União, 25% Estado e 25% Municípios, flexibilizando para que Profissionais do Programa Mais Médicos possam realizar atendimentos nas Unidades de Pronto Atendimento;

 Os presentes tiveram a oportunidade de contribuir com opiniões e colocações em cada etapa da votação. Roberto Torres, participante da conferência comenta sobre seu papel enquanto cidadão em eventos como esses:

 

 

Durante o evento também ocorreu a votação para escolha dos delegados, sendo 4 usuários do SUS, 2 trabalhadores da saúde e 2 gestores e prestadores de serviço. Os escolhidos, pela maioria dos votos, foram:

SEGMENTO USUÁRIO

Titular

Caroline Rosseto

Titular

Greici Kelli Tolotti

Titular

Ivonei Cláudio Fão

Titular

Eliane Galhardo

Suplente

Jocelito Ambrozi

Suplente

Vanessa Pereira

Suplente

Renan Stein

Suplente

Helio Dalagnol

 

SEGMENTO TRABALHADOR

Titular

Suzan Cristini Milani

Titular

Viviane Maria Cerutti

Suplente

Rudimar Sergio

Suplente

Neila B. Rodrigues

 

SEGMENTO PRESTADOR/ GESTOR

Titular

Debora Dalegrave

Titular

Marly Vendruscolo

 

A VI Conferência Municipal de saúde foi realizada na Escola Cardeal Roncalli e terá sua próxima realização dentro de 4 anos.