Tradicionais nos rodeios crioulos, as provas de laço subvertem a lógica dos demais esportes, quando observadas sob a ótica do gênero e da faixa etária. Mulheres e até adolescentes já disputam os primeiros lugares em condições de igualdade com homens e adultos.
Neste domingo (16), a laçadora Maria Eduarda Krever, de 24 anos, entrou para a história por integrar a primeira seleção de laçadores com uma mulher na equipe a vencer uma Festa Campeira do Rio Grande do Sul. E mais: foi dela a laçada de número 50, que deu o título à 30ª Região Tradicionalista (Novo Hamburgo).
“Nunca imaginei que viveria esse momento. É a primeira vez que uma mulher vence nessa modalidade, ainda mais dando a última laçada. Acho que todas as mulheres deveriam viver isso, muitas me mandaram mensagem afirmando que se sentiram representadas. A mulher tem seu espaço, e provei isso no final de semana. Estou muito orgulhosa e agradeço a todos que nos apoiaram”, diz a assistente comercial de Triunfo.
Nas disputas de laço, não há impedimento de mulheres se misturarem a provas dominadas por homens. Mas, geralmente, as prendas disputam em modalidades femininas. No caso da seleção do Vale do Sinos, o grupo é formado por nove homens e uma mulher, a Maria Eduarda.
“Isso mostra que as mulheres também tem lugar nas seleções para representar as suas regiões tradicionalistas”, observa o vice-presidente Campeiro do Movimento Tradicionalista Gaúcho, Evandro Martins.
Outra característica da seleção vencedora é faixa etária dos integrantes, a maioria jovens. E esse protagonismo da gurizada também fica claro na principal modalidade individual do laço na Fecars, a “braço de ouro”, em que o primeiro lugar foi para um adolescente de 15 anos, o Mateus Dickel Leindecker, do Piquete Dom Ermilo, de Lajeado (24ª RT).
A 30ª Região Tradicionalista conquistou a maior pontuação, somando todas as modalidades.
Fonte: g1 RS
Foto: Arquivo Pessoal