O governador Eduardo Leite anunciou nesta quinta-feira a retomada da pesquisa de Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19 (Epicovid-19) no Rio Grande do Sul, realizada pelo governo e conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Esse é o primeiro estudo brasileiro que investiga o número de infectados pelo coronavírus SARS-CoV-2. “Serão mais duas etapas. A próxima vai ocorrer entre 5 e 8 de fevereiro. Pesquisadores e entrevistadores farão a coleta do exame rápido de forma aleatória”, comentou em live nas redes sociais. A fase seguinte ocorrerá em abril, em data a ser definida.
Para as etapas vindouras, será introduzido um novo método de teste de anticorpos, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro que permite detectar casos mais antigo. Chamado de S-UFRJ, foi criado sob a coordenação dos cientistas Leda Castilho e André Vale e tem tecnologia escalonável e custo reduzido de produção da proteína S (spike), presente na estrutura do coronavírus.
Essa é uma variação do teste Elisa (sigla em inglês para ensaios de imunoabsorção enzimática) e simplifica o procedimento de coleta, que pode ser feito com um simples furo no dedo do paciente e o depósito de uma gota de sangue em uma tirinha com papel filtro padronizada. O S-UFRJ apresenta 40% de acerto nos primeiros quatro dias de sintomas e, em dez, ultrapassa 90%. Atinge 100% de acerto quando é feito a partir de 20 ou mais dias do surgimento dos sintomas.
O teste será usado concomitantemente com os sistemas utilizados anteriormente. “Antes, tínhamos a possibilidade de eventualmente dar um negativo porque a pessoa já tinha dito a doença por um período maior antes do teste. O S-UFRJ teve alta sensibilidade e estabilidade para detectar anticorpos até cinco meses após a infecção “, explicou Leite.
O funcionamento da pesquisa segue o mesmo: entrevistadores coordenados pelo Instituto de Pesquisa e Opinião (IPO) visitam as casas de 4,5 mil famílias em nove cidades gaúchas, para convidar os moradores a realizar os testes e responder a um breve questionário sobre ocorrência de sintomas e acesso a serviços de saúde. “É um momento importante porque subsidiamos as decisões do governo nos dados dessa pesquisa. Poderá nos ajudar a definir as ações que o governo vem tomando”, comentou Luís Lamb, secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia.
*Correio do Povo