Pais e alunos se reuniram em uma manifestação pacífica em frente à entrada do Instituto Federal Farroupilha (IFFar), campus Frederico Westphalen, na manhã da última sexta-feira, 14, para pedir o fim da greve dos docentes federais, que completou dois meses.
Ivete Rodrigues dos Santos, que é mãe de um estudante, destacou a importância da ação em prol da volta às aulas, ressaltando que o movimento não está contra os docentes que estão em greve. “A gente está buscando o apoio dos professores com o entendimento de que eles possam olhar de forma especial para os nossos jovens:
As negociações entre o governo, docentes e servidores, paralisados há aproximadamente dois meses, tiveram continuidade nesta semana com a proposta apresentada pelo presidente Lula, que decidiu se envolver diretamente nas tratativas. Na última segunda-feira, 10, em encontro com os reitores das universidades federais, Lula pediu o fim da paralisação, propondo investimentos na área da educação, porém, sem reajuste salarial para 2024. Ainda, na reunião, o ministro da Educação, Camillo Santana, anunciou o acréscimo de R$ 400 milhões para o custeio das instituições federais, sendo R$ 279,2 milhões para universidades e R$ 120,7 milhões para institutos federais. Com isso, o orçamento de 2024 dos centros de ensino chega a R$ 6,38 bilhões, superando os R$ 6,26 bilhões de 2023. Além disso, o governo anunciou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para universidades federais e hospitais universitários, prevendo R$ 5,5 bilhões em investimentos.
O principal impasse entre o governo e os sindicatos está no reajuste salarial, pois os grevistas pedem uma revisão dos valores ainda neste ano, enquanto o governo prevê aumento salarial apenas em 2025. A última proposta do governo propõe 9% de aumento em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026. Os servidores rejeitaram a proposta e pedem recomposição das perdas salariais, com reajuste de 3,69% em agosto de 2024.
Para os servidores técnicos administrativos da educação (TAEs) que também estão em greve, o governo federal apresentou uma contraproposta na última terça-feira, 11, em reunião com sindicatos da categoria em Brasília. De acordo com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), a nova proposta prevê reajuste médio de 29,6% em quatro anos, já contando o reajuste geral de 9% dado a todos os servidores federais no ano passado, além de progressão de 4% a partir de 2026. O reajuste final ficou entre 25% a 44%, dependendo da classe e do nível na carreira, segundo a pasta. A proposta anterior previa reajuste médio de 28%, sem aumento no percentual da progressão de carreira (nível salarial).
Fonte e Foto: Jornal O Alto Uruguai