Proposta de Zé Roberto pela compra do São Bento foi avaliada ontem, quarta-feira

A proposta está na mesa e o São Bento pode se transformar em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Uma reunião marcada para ser realizada ontem a noite pode selar a venda do Azulão sorocabano para a empresa Flash Forward, do ex-craque Zé Roberto, que jogou a Copa do Mundo de 2006.

Aos 50 anos, o ex-lateral e meio-campista é o homem forte da empresa, que tem como sócios o ex-jogador Fransérgio e o empresário Tiago Ribeiro (ex-CEO do Estoril). Zé Roberto teve carreira vitoriosa em gigantes como Real Madrid, Bayern de Munique, Flamengo, Palmeiras, Santos e Grêmio.

O “sim” depende apenas do Conselho Deliberativo do São Bento, que solicitou diversos procedimentos nos últimos meses. A proposta vinculante é pela compra de 90% das ações do futuro São Bento SAF, no valor de R$ 130 milhões.

Essa verba não seria paga à vista no ato da compra. O montante seria investido nos próximos anos, com o objetivo de recolocar o Bentão na elite do futebol paulista e na Série B do Brasileiro até 2030.

Também há a promessa, em caso de concretização da SAF, de construir um novo CT, que passaria a abrigar a sede do novo São Bento. O atual Complexo Humberto Reale continuaria sendo a sede do Esporte Clube São Bento (associação esportiva), sem pertencer aos ativos da empresa Flash. O estádio Walter Ribeiro não faz parte do negócio, já que pertence à Prefeitura de Sorocaba.

Zé Roberto e os seus sócios passariam a gerenciar as categorias de base (atualmente estão em atividade o sub-15, sub-17 e sub-20), e seriam responsáveis por implantar o futebol feminino. A empresa também absorveria uma dívida de aproximadamente R$ 11 milhões.

O São Bento SAF, quando criado, deve ser gerido por um Conselho de Administração, no qual o Esporte Clube São Bento (associação esportiva) terá uma cadeira. Esse conselho deverá contratar uma diretoria executiva profissionalizada. Os atuais membros da diretoria executiva são voluntários.

A constituição e a venda das ações da SAF à Flash Forward pode acontecer até este mês setembro.

Proposta anterior

A possibilidade de constituição e venda das ações da SAF são-bentista foi incluída no novo estatuto social do clube, aprovado com 65 votos favoráveis e dois contrários em assembleia dos sócios em setembro do ano passado. Conforme o artigo 10, parágrafo 1º, o Azulão poderá se associar e formar outras pessoas jurídicas, respondendo como cotista, desde que com participação mínima de 10%.

Ainda no final de 2023, o São Bento recebeu uma proposta do empresário Rubens Takano, dono do AVS Futebol SAD, de Portugal. A oferta era de R$ 40 milhões por 90%, porém o negócio “vazou” durante a Série A2 do Campeonato Paulista, quando Takano chegou a assistir a um jogo do time.

Em fevereiro de 2024, a contraproposta do São Bento aos donos do AVS estipulou um valor de R$ 86 milhões. Pouco depois, o empresário anunciou a desistência da compra, e o Azulão informou que houve “inconsistências” entre a primeira carta de intenções e o acordo de investimentos.

Indecisão interna

Por conta de um acordo “anti-vazamento”, com multa de R$ 100 mil prevista, os conselheiros do São Bento não podem se pronunciar oficialmente. Fontes ouvidas em sigilo pelo repórter Eric Mantuan, em agosto deste ano, apontam que os sócios estão divididos quanto à criação e venda das ações da SAF, bem como há resistências entre alguns dos atuais diretores.

Por outro lado, há um alerta de que o negócio pode ser a única saída para o São Bento ter um time competitivo no Paulista Série A2 2025, já que o clube terá significativa redução orçamentária em seu segundo ano longe da elite do futebol estadual.

Este ano, na composição de suas receitas, o clube ainda contava com recursos referentes à participação na Série A1 de 2023 e apostava em um retorno rápido à elite do campeonato. Porém, após fazer a melhor campanha na primeira fase da Série A2, o Azulão foi eliminado pelo Noroeste nas quartas de final.

Fonte: ge

Foto: Reprodução/ Facebook

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