PIB do RS registra queda de 2,8% no terceiro trimestre de 2022

A economia do Rio Grande do Sul registrou queda de 2,8% no terceiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021, puxado principalmente pelo fraco desempenho da Agropecuária, que despencou 34,7% ante o mesmo trimestre do ano passado. Na comparação com segundo trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou crescimento de 1,3% no terceiro trimestre de 2022, já ajustado sazonalmente. Os resultados da economia gaúcha no terceiro trimestre foram divulgados nesta quinta-feira pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG).

No acumulado do ano, de janeiro a setembro de 2022, a queda no PIB do Estado é de 6,6%, enquanto no Brasil a alta é de 3,2%. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, entre as grandes atividades, a Indústria (+6,2%) e os Serviços (+3,1%) apresentaram crescimento. A indústria foi o principal destaque positivo nesta base de comparação, com alta acima da observada no país (+6,2% contra +2,8%). Todas as atividades industriais registraram alta: eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+16,3%), construção (+6,1%), indústria de transformação (+4,2%) e indústria extrativa mineral (+2,3%).

Com maior peso no Valor Adicionado Bruto (VAB), que é o PIB menos o valor dos impostos, da indústria, a Indústria de transformação viu seu resultado puxado pelo desempenho das atividades de máquinas e equipamentos (+17,5%), fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (+33,0%), produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (+7,8%) e couro, artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (+11,6%). Entre as principais baixas ficaram as atividades de fabricação de produtos químicos (-13,9%), produtos de metal (-9,8%), metalurgia (-17,2%) e fabricação de móveis (-11,8%).
Os dados do trimestre que vai de julho a setembro apontam que o Estado teve desempenho superior ao Brasil (+0,4%) na comparação com os três meses anteriores e números abaixo dos do país quando a referência é o mesmo período do ano passado (-2,8% contra +3,6%). Chefe da Divisão de Análise Econômica do DEE, o economista Martinho Lazzari destaca o avanço da indústria e dos serviços. “Após a passagem dos principais efeitos da estiagem sobre a agropecuária, a economia gaúcha voltou a crescer no terceiro trimestre do ano, impulsionada pelos desempenhos positivos da indústria e dos serviços”, ressalta.