A 7 meses das eleições, o engajamento de jovens de 16 e 17 anos é o mais baixo já registrado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Até o fim de janeiro, 731 mil cidadãos dessa faixa etária, para qual o voto é facultativo, tinham se cadastrado como eleitores. As inscrições seguem abertas até 4 de maio mas hoje esse número representa cerca de 10% dos menores de idade aptos a votar e pouco menos de 1/4 do total que foi as umas três décadas atrás. O voto facultativo para pessoas de 16 e 17 anos foi aprovado na constituição de 1988, mas a corte tem dados comparativos somente a partir de 1992 quando o total de eleitores nessa faixa etária cansou 3,2 milhões.
No ano passado o TSE lançou uma nova campanha no rádio na TV de vídeos protagonizados por atores da aparência juvenil com mensagens de estímulo a participação nas eleições. Também explorou redes sociais e plataformas de áudio. Questões como envelhecimento de líderes partidários, desconfiança no sistema político e falta de perspectiva de emprego e renda são apontadas como causas do encolhimento do voto jovem.
Ausência de eleitores abaixo dos 18 anos gera um déficit democrático. Isso significa que pautas importantes para o segmento como inserção no mercado de trabalho enfrentamento das mudanças climáticas, ficam em segundo plano nos projetos de governo. “A possibilidade de novos temas e novas agendas se reduz à hoje no governo decisões contra direitos importantes aos jovens como os de escolha sexual e respeito etnias. E vemos violentos ataques a mulheres.”