Mulher é condenada por homicídio com dolo eventual de jovem trans após aplicação de silicone industrial em Santa Cruz do Sul

Uma mulher de 40 anos foi condenada pelo homicídio com dolo eventual – quando o acusado sabe que a ação pode causar a morte e, mesmo assim, assume o risco – de Mélani Danielly Aguiar Maia, de 20 anos, em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo. Segundo o Ministério Público (MP), a acusada aplicou silicone industrial na vítima, uma mulher trans, que morreu de síndrome séptica em decorrência da injeção da substância nas nádegas e no quadril. O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (8), quase quatro após após o caso.

Segundo o Ministério Público (MP), a acusada deverá cumprir pena de sete anos de prisão em regime semiaberto. Marcella de Sales, conhecida como “Bombadeira”, pode recorrer da sentença em liberdade. A Defensoria Pública, que representou a ré, afirma que respeita a decisão dos jurados e que vai se manifestar nos autos do processo.

Durante o julgamento, o promotor Gustavo Burgos de Oliveira argumentou que a ré assumiu o risco de causar a morte ao realizar o procedimento com um material inadequado.

Familiares de Mélani acompanharam o julgamento, que começou na manhã e se estendeu até o final da tarde de quinta-feira, do início ao fim.

Relembre o caso

Mélani Daniely de Aguiar Maia morreu em 31 de agosto, quatro dias após o procedimento nas nádegas e no quadril.

De acordo com a polícia, a vítima, natural de Santa Maria, teria entrado em contato com a suspeita, conhecida como “Bombadeira”, em uma passagem por Santa Cruz do Sul, no dia 27 de agosto.

Após a aplicação do silicone, Mélani teria passado mal e foi levada ao Hospital Santa Cruz, onde morreu. Segundo a perícia, a causa da morte foi disfunção de múltiplos órgãos, em decorrência do produto ter se espalhado pelo corpo.

Segundo a delegada responsável pelo caso, foi possível chegar à suspeita através de mensagens armazenadas no celular da vítima.

Com a acusada, foram apreendidas injeções e um celular. As investigações apontaram que a mulher cobrava de R$ 2 mil a R$ 3 mil pelo trabalho, além do deslocamento e do produto utilizado no procedimento. O material aplicado seria comprado na internet.

Fonte: g1 RS

Foto: Reprodução/Facebook

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