A filha da técnica de enfermagem de 50 anos morta com um tiro na cabeça em Viamão diz ter visto o suspeito do crime, perto de uma área de mata, na cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre. O local fica a cerca de 1,6 km da casa onde a mulher foi morta, na última sexta-feira (18).
“Fiquei sem reação na hora. O meu olhar cruzou com ele, o meu olhar cruzou com o assassino da minha mãe, e ele me viu e entrou nesse mato”, conta Laura de Azevedo, filha da vítima, Patrícia Viviane de Azevedo.
Quatro dias após o crime, o homem foi preso, na tarde de terça-feira (22), de acordo com a Brigada Militar. O preso é ex da vítima, Augusto Santos Silva, de 22 anos. Ele teve a prisão preventiva determinada pela Justiça do RS. De acordo com a investigação, Patrícia teria sido assassinada a tiros depois de terminar um relacionamento de cerca de dois anos com o suspeito.
Buscas com sensor térmico
Antes da captura do suspeito, ainda durante a madrugada de terça-feira (22), a polícia fez buscas pelo homem com um drone com sensor térmico. Uma silhueta, aparentemente segurando uma lanterna, foi identificada caminhando pelo local diversas vezes, mas o suspeito não foi encontrado.
“A mata é densa, o horário é bastante escuro. A expectativa era de que o equipamento trouxesse a localização, mas não tivemos êxito. Suspeitamos que ele esteja usando prédios em demolição como abrigo, porque a temperatura está baixando constantemente”, diz o comandante da Guarda Municipal de Viamão José Moraes.
A defesa de Augusto Santos Silva não foi localizada.
Feminicídios
O Rio Grande do Sul registrou nove feminicídios durante o feriadão, entre sexta-feira (18) e segunda (21). Em menos de 24 horas, na sexta-feira, 6 mulheres foram mortas por companheiros ou ex-companheiros no estado. Já na segunda, três mulheres foram vítimas do crime.
Como resposta à onda de violência contra as mulheres, a Polícia Civil disse que vai permitir que pedidos de medidas protetivas de urgência sejam feitos pela internet a partir desta quinta-feira (24).
A medida, segundo a corporação, deve facilitar o acesso de vítimas de violência doméstica à principal forma de interromper o ciclo de agressões. Nenhuma das mulheres mortas na sexta-feira tinha medida protetiva contra os suspeitos.
Fonte: g1 RS
Foto: Reprodução/RBS TV