Ao entrarmos no clima natalino é quase que impossível não nos lembrarmos do bom velhinho. Sinto que foi ontem o misto de nervosismo e pressa nas semanas que antecediam o natal para saber se tinha me comportado durante o ano e receberia na noite do dia 25 o que eu tinha pedido em minha cartinha! A memória ainda é quente, o velhinho que me entregava o presente na tão esperada data era rechonchudo, tinha uma grande barba branca e um traje de inverno vermelho.
Mas você sabe de fato a origem da história do Papai Noel? De acordo com fontes documentais, o Papai Noel teve origem em São Nicolau, um bispo católico do século IV que viveu na cidade de Mira, onde atualmente é a Turquia. Ele é lembrado como um homem bondoso que presenteava as crianças no dia de seu aniversário, seis de dezembro. Porém, com o passar do tempo e as variações em torno da lenda, a data acabou mudando para 25 de dezembro.
Este ano tive uma missão muito especial, sem dúvidas a criança quem em mim habitava em 2002 jamais imaginou que poderia acontecer: tive o prazer de entrevistar o Papai Noel! A edição deste ano do Frederico em Luz conta com a ajuda de três Noéis, para essa entrevista, conversei com o professor de música Sérgio Mazzonetto!
Inspirado e admirador do bom velhinho, ao vestir o personagem, sempre aparece nesta época do ano para deixar a cidade e nossas vidas mais mágicas, por isso marquei um horário certinho com ele para não atrapalhar no seu atendimento com as crianças!
Confira um pouquinho deste bate papo!
Qual o segredo para ser um bom Papai Noel e há quanto tempo você veste este personagem?
— Ao certo não irei lembrar, mas faz quase 18 anos! Posso Dizer que não tem um segredo, é necessário ser sensível, entender as crianças, ir em busca da história pois de certa forma muitas coisas foram inventadas pelas culturas, principalmente a forma em como acolhemos crianças, adolescentes e adultos.
Você lembra a primeira sensação de ser Papai Noel?
— Até hoje algumas passagens me emocionam e ficam gravadas, mas é mágica a forma como as crianças querem ver o Noel. Elas chegam assustadas, apavoradas muitas vezes, mas aí vamos acalmando-as. Neste tempo de caminhada aprendemos muitas coisas, no final, viram nossas amigas!
Por que você continua fazendo esse trabalho?
— Tenho dois motivos, o primeiro pois ele me satisfaz e me deixa contente, o segundo é que todos os anos somos convidados para fazer parte do natal, procuro ser muito profissional, mais do que simplesmente ser uma Papai Noel. Procuro ser autêntico, não interessa o dia ou o turno, gosto de lidar com as crianças. Às vezes saímos daqui tarde, lá fora tem crianças nos esperando, nosso papel é mostrar um sorriso e atendê-las.
Você já passou por travessura de alguma criança?
— Travessura não, mas algumas surpresas sim. Sempre tem os pedidos inusitados como “Papai Noel, traz de volta o meu pai”, “Papai Noel, a mamãe queria ter comida para colocar na mesa”, “Arrume um emprego para o meu pai”. É bem complicado, me sensibilizo e o nó aperta na garganta, sabemos como é difícil estar desempregado e a criança pedir ajuda.
Quais os pedidos mais comuns?
— As meninas pedem Baby Alive e os meninos os carrinhos da Hot Wheels. As mães querem que o Noel diga para as crianças serem obedientes, não aprontar, ajudar na casa, fazer a refeição na mesa, os pedidos de sempre.
Que presente você gostaria de dar para todas as crianças?
— O presente maior é fazer voltar a ter o carinho, a sensibilidade e o amor com a família. Você dá uma bala e elas saem com um sorriso satisfeito, elas merecem um Papai Noel que as diga coisas verdadeiras, que devem obedecer. O Noel sempre existiu, mas precisamos ter a sensibilidade de um bom trato com as crianças para sentirem o verdadeiro e bom velhinho.
Como o Papai Noel entrega tantos presentes?
— Ah isso é um mistério! Além de trabalhar com as renas, os duendes, acontece uma distribuição bem grande! As entregas acontecem pelas descidas de chaminé, portas, são surpresas que não posso revelar…
— Qual mensagem você gostaria de deixar para as crianças?
– Esperança! Ainda existe fé, amor e respeito. Temos que passar isso para nossas crianças, algumas estão perdendo o respeito e a educação, talvez exista uma inversão de valores, não ouvimos mais palavras bonitas como “bença pai, mãe”, e as conhecidas palavras mágicas.
*Lavínia Machado