É #FAKE que os pesquisadores do Datafolha não estão permitindo que apoiadores do Bolsonaro participem da pesquisa

Circula pelas redes sociais a informação de que os pesquisadores do Datafolha não estão permitindo que apoiadores do Bolsonaro participem da pesquisa. Tome cuidado, essa notícia é falsa!

Em um vídeo publicado no Twitter, reproduzido mais de 600 mil vezes desde 13 de setembro de 2022, um homem que havia se oferecido para participar de uma pesquisa eleitoral acusa a pesquisadora de não tê-lo entrevistado por apoiar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições de outubro. Na gravação, ele assume que se voluntariou a participar da pesquisa: “Eu falei pra ela: ‘faz a pergunta’. Quando a gente falou que era Bolsonaro ela saiu correndo”.

No entanto, a metodologia do instituto Datafolha impede que uma pessoa se voluntarie a responder uma pesquisa para evitar viés na amostra. A Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) ressalta que ninguém que se voluntaria responde pesquisas sobre qualquer assunto e que a escolha dos respondentes segue critérios técnicos.

A diretora do instituto, Luciana Chong, confirmou que a cena viral envolve uma pesquisadora do Datafolha e que aconteceu em 13 de setembro em São Paulo. “No episódio em questão, a pesquisadora foi abordada por um segurança de um estabelecimento comercial, na Vila Leopoldina, após realizar uma entrevista em frente a este local. Esse segurança estava filmando a pesquisadora quando a abordou, perguntou se ela trabalhava para o Datafolha e solicitou que ela o entrevistasse”, disse.

Assim, Chong reiterou que a abordagem foi correta e que, além do pedido de participação que tornaria a amostra enviesada, a funcionária tinha cotas de idade a cumprir, que a pessoa em questão não atenderia.

A assessoria de imprensa da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) explicou à AFP Checagem em 2 de agosto de 2022 que cada filiado tem seu critério de aferição, mantendo preservados a qualidade e o alcance da amostra.

Equipes do Datafolha têm sido hostilizadas ao realizar pesquisas eleitorais. No mesmo dia em que a pesquisadora que teve a imagem difundida nas redes correu para se distanciar de ataques, outras nove intercorrências foram registradas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Alagoas, Maranhão, Goiás, Pará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.