É #FAKE que casos de herpes-zóster e câncer podem estar relacionados aos imunizantes contra a Covid-19

Está sendo divulgado um vídeo que atribui casos de herpes-zóster e câncer aos imunizantes contra a Covid-19. Tome cuidado, essa notícia é falsa!

O conteúdo, publicado por um médico no Instagram, questiona a segurança das vacinas contra o coronavírus, e afirma que pessoas estão adoecendo após receberem os imunizantes. Essa é só mais uma das notícias falsas que circulam pelas redes, e que ajudam a aumentar as dúvidas da população a respeito da segurança das vacinas. 

Entretanto, essa informação não tem nenhum respaldo científico. A Anvisa confirmou que, até o momento, não há qualquer evidência sobre a relação de herpes-zóster com o uso das vacinas contra covid. A agência não recebeu nem notificações de eventos adversos relacionados a essas doenças.

De acordo com a Anvisa, todas as vacinas analisadas e autorizadas são seguras e possuem perfis de eficácia definidos por estudos, e seguem sendo monitoradas. Também segundo o órgão, até o momento, o monitoramento das vacinas não aponta alterações no perfil de segurança das doses aplicadas na população brasileira, independentemente de serem a primeira dose ou alguma das de reforço.

Ainda, especialistas afirmam que é normal existir análises sobre uma possível correlação entre uma vacina e a ocorrência de diversas doenças. Normalmente, são investigações de um caso específico de uma pessoa ou análises observacionais, que não garantem uma relação de causa e efeito. Entre estas análises estão trabalhos sobre a herpes-zóster, mas, até o momento, não existe nenhuma conclusão ligando a doença com a vacina contra a covid-19. 

Entretanto, há indícios mais fortes para uma relação entre herpes-zóster e a covid, do que com a vacina contra a doença. Uma pesquisa realizada por profissionais da Universidade Estadual de Montes Claros, em Minas Gerais, mostrou um crescimento de 35% desse tipo de herpes durante a pandemia. O documento não faz diferenciação entre vacinados e não-vacinados, mas os cientistas acreditam que o aumento é um forte indício de correlação entre a herpes e a infecção pelo coronavírus. Outros estudos internacionais também apontam para um risco aumentado de ocorrência de herpes-zóster em pessoas que tiveram contato com o coronavírus, e não com o imunizante que protege contra a doença.

A Anvisa também informou que não há evidência nos estudos pré-clínicos (feitos com animais) e clínicos (feitos com pessoas) de que as vacinas contra covid-19 sejam capazes de induzir mutações genéticas ou desenvolvimento de câncer. 

É importante lembrar que, de acordo com a OMS, uma vez identificada uma vacina promissora, ela passará primeiro por testes laboratoriais e, posteriormente, o fabricante pode solicitar a realização de ensaios clínicos. Esses ensaios geralmente envolvem milhares de participantes voluntários saudáveis. A segurança dos testes é garantida pelas autoridades reguladoras nacionais.

Além disso, os estudos continuam a ocorrer após a introdução de uma vacina no mercado. A chamada fase de farmacovigilância permite que os cientistas monitorem a eficácia e a segurança entre um número ainda maior de pessoas, por um período de tempo mais longo.

As vacinas brasileiras aprovadas pela Anvisa têm os possíveis efeitos adversos descritos nas bulas. Os relatos são atualizados através de registros científicos e publicados no próprio site da agência, onde todos podem ler.

Nos documentos, é possível ter acesso a dados importantes que garantem a segurança das vacinas, como os resultados da eficácia do produto em diferentes grupos e descrição de possíveis eventos adversos. Nenhum dos imunizantes usados no país (Pfizer, Coronavac, Janssen e Astrazeneca) tem câncer, herpes-zóster ou outra doença respiratória citados como possíveis efeitos adversos da vacinação contra o coronavírus.

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