Desigualdade, pobreza, pouco investimento e baixa produção. Esses são os principais problemas apontados para a recuperação econômica dos países da América Latina e Caribe.
É o que mostra um estudo apresentado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) sobre o impacto econômico e social da pandemia da covid-19 na região.
A secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, alerta que o crescimento econômico nesses países não ocorre de maneira sustentável e o acesso às vacinas é desigual em comparação a nações desenvolvidas.
No último ano, a taxa de extrema pobreza teria atingido 12,5% e a de pobreza 33,7%. Enquanto a insegurança alimentar moderada ou grave atingiu 40,4% da população.
O estudo projeta que ao final de 2022, 19 dos 33 países não terão recuperado o PIB de 2019.
Traz ainda como exemplos o Brasil e o México, que, segundo a comissão, precisam reativar investimentos com mudanças estruturais. Carlos Mussi diretor do escritório da Cepal no Brasil, explica que além de investimentos privados, é preciso investimento púbico.
O relatório aponta também uma queda na participação das mulheres no mercado de trabalho nessa região, e destaca que apesar de uma recuperação do emprego em 2021, são os homens que estão conquistando a maioria desses postos.
Carlos Mussi explica que os dados de hoje são os mesmos de 2003, uma estagnação de 18 anos.
Ainda de acordo com a Cepal, 1,2 milhão de pessoas na América Latina e Caribe morreram em decorrência da Covid-19. O Brasil representa mais de 50% desse número. Segundo o Ministério da Saúde, nesta quinta-feira, as mortes pela doença passaram de 530 mil.