A oficialização do Inter da venda de Gabriel Carvalho ao Al Qadisiyah, da Arábia Saudita, é a concretização de um dos maiores negócios da história do clube, em torno de uma joia criada na base. Representa também a oportunidade de realização pessoal de um garoto com ainda 17 anos que viu sua vida mudar em pouco tempo.
O enredo que terminou com a transferência do jovem de um clube brasileiro para um saudita começou na Turquia. Em novembro, executivos do Inter estiveram em um evento em Istambul voltado para networking.
Por lá, o diretor jurídico e de futebol Felipe Dallegrave e o gerente de mercado Ricardo “Caco” Sobrinho tiveram contato com dirigentes de vários clubes do mundo, incluindo o Al-Qadisiyah.
Gabriel Carvalho recebia sondagem de diversos clubes, algo natural para um jovem com enorme potencial. Uma proposta, na prática, só ocorreu há cerca de um mês. Quando teve início as negociações que definiram a segunda maior venda da história do Inter, podendo chegar a US$ 22 milhões.
O clube, aliás, imaginava que um grande negócio poderia ocorrer nesta janela com jogadores com mais bagagem. Gabriel Carvalho estreou no time profissional em junho, ainda com 16 anos, e fez um total de 26 partidas pelo Inter na temporada passada. O suficiente para atrair sondagens, até uma proposta na mesa.
De parte do Inter, fica um misto de sensações. Há alegria pelo negócio que faz o clube bater mais uma meta, ainda do orçamento de 2024, e injetar dinheiro em meio a uma situação financeira delicada e com o planejamento para montagem do elenco em 2025 em andamento – com negócios a concluir.
É uma vitória também reafirmar o trabalho das categorias de base, da vocação em formar atletas. Agora corroborada pela venda de uma grande promessa. E o sentimento de que o próprio Gabriel, muito elogiado nos bastidores pela dedicação, está dando um passo importante na carreira.
Por outro lado, fica o pensamento de que o jovem poderia permanecer um pouco mais no Beira-Rio, visto que ainda é muito novo e tem margem para evolução. Vale lembrar, claro, que Gabriel Carvalho completa 18 anos somente em agosto. Até lá, seguirá vestindo a camisa colorada.
A conclusão do negócio ocorreu na Espanha. Os mesmos executivos do Inter que estiveram na Turquia se reuniram em Madri com dirigentes do Al-Qadisiyah. Agora juntos com o empresário de Gabriel Carvalho, Augusto Nogueira, o próprio atleta e os pais, Vladimir e Suzana.
Os dois, aliás, precisaram tirar passaporte emergencial para fazer a primeira viagem internacional e acompanhar o filho na assinatura de contrato. A comitiva chegou domingo à tarde, e os trâmites foram concluídos na segunda-feira, quando a família do jovem pode comemorar o negócio.
O retorno da família a Porto Alegre ocorreu na terça, já na festa da virada do ano na casa nova que comprou na capital. Inclusive, os pais do garoto e dois irmãos mais jovens, Gustavo e Eduardo, se mudarão para a Arábia Saudita com o jogador assim que ele deixar o Inter oficialmente.
Muito além das cifras pagas pelo Al-Qadisiyah e o impacto nas finanças do Inter, a ideia é que a transferência foi benéfica para todos os lados. De um começo na Turquia ao desfecho na Espanha, passando por contatos Brasil-Arábia Saudita, a venda de Gabriel Carvalho fica marcada na história do clube gaúcho.
Fonte: ge RS
Foto: AL Qadisiyah, divulgação
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