Brasil alcança recorde de 100 milhões de trabalhadores empregados, diz IBGE

O Brasil tinha 100,7 milhões de profissionais ocupados em 2023, volume que representa o maior patamar da história. A estimativa recorde foi alcançada com a entrada de 1,1 milhão de pessoas no mercado de trabalho ao longo do ano passado, mostram dados revelados nesta sexta-feira (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O que aconteceu
Volume recorde de profissionais confirma recuperação da atividade. Após retomar o nível pré-pandemia em 2022, a expansão do mercado de trabalho foi mantida no ano passado. No período, o total de ocupados e de trabalhadores com carteira assinada atingiram o maior nível desde 2012, ano que marca o início da série da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

Brasil ganhou 1,1 milhão de trabalhadores no ano passado. A estimativa representa um avanço 1,1% do contingente de ocupadas ante 2022, quado 99,6 milhões de pessoa tinham algum nível ocupacional. O IBGE destaca que a coleta dos dados não foi realizada nos anos de 2020 e 2021 devido aos impactos ocasionados pela pandemia para a coleta do levantamento.

Menos de 60% da população com idade para trabalhar está ocupada. O Brasil tem 74,8 milhões de pessoas com 14 anos ou mais. O número, 0,9% superior ao apurado em 2022, representa que 57,6% dos habitantes nessa faixa de idade estão no mercado de trabalho. Nesse recorte, a maior estimativa da série foi alcançada em 2013, quando 58,3% da população com idade para trabalhar estavam no mercado de trabalho.

Movimento positivo foi sinalizado por outros indicadores. Dados do próprio IBGE mostram que a taxa de desemprego recuou 1,8 ponto percentual e fechou 2023 em 7,8%, o menor nível desde 2014. Do lado das contratações, foram criados quase 1,5 milhão de postos com carteira assinada, segundo o Caged ( Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho. 

Setores
Aumento de trabalhadores na administração pública e nos serviços contribuem para recorde. Desde o início da série histórica, cresceram os volumes de profissionais ligados aos ramos de transportes (de 4,7% para 5,5%), alojamento (de 4,2% para 5,5%), informação e atividades financeiras (de 10,7% para 12,5%), ou tros serviços (de 4,3% para 5,4%) e administração pública (de 15,7% para 17,8%).

Por outro lado, a agropecuária lidera a redução do número de empregados. Entre 2012 e 2023, a participação do segmento de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura no mercado de trabalho caiu de 11,4% para 8,1%. Entretanto, o resultado não interfere na atividade do setor.

“Apesar de o Produto Interno Bruto do Brasil em 2023 ter sido impulsionado pelo aumento recorde da Agropecuária, seu peso na força de trabalho tem sido cada vez menor nos últimos anos.” Aponta, IBGE.

Trabalhadores da indústria geral também perderam espaço. No intervalo de 11 anos, o setor observou o volume de profissionais ocupados despencar de 14,5% para 12,8%. Outras atividades que reduziram a participação no mercado nacional estão relacionadas à construção (de 8,6% para 7,4%) e aos serviços domésticos (de 6,8% para 6,1%).

Comércio, reparação de veículos segue como atividade que mais absorve profissionais. Apesar da estimativa 0,2 ponto percentual inferior àquela apurada na primeira divulgação do estudo (de 19,1% para 18,9%), o segmento mantém a liderança no volume total de profissionais. Na sequência, aparece a administração pública, área na qual a participação saltou de 15,7% para 17,8%.

Carteira assinada
Percentual de empregados formais cresce pela primeira vez desde 2015. Após o número de profissionais com carteira assinada expandir entre 2013 e 2014 (de 39,2% para 40,2%), a presença celetista no mercado de trabalho perdeu força até 2022 (36,3%). O ano de 2023 reverte a tendência com a carteira assinada de 37,4% dos trabalhadores ocupados, valor referente a 37,7 milhões de pessoas, maior valor da série.

Os funcionários sem carteira assinada no setor privado representam 13,3%. Mesmo com a queda de 0,3 ponto percentual em um ano, a estimativa se mantém como uma das maiores da série. Os profissionais do setor público mantiveram sua participação em torno de 12%, equivalente a 12,2 milhões de trabalhadores. 

Os trabalhadores domésticos também mantiveram em estabilidade. O percentual de 6% registrado no ano passado para a atividade é o mesmo apurado em 2022. Já entre os empregadores, o crescimento registrado até 2018 foi seguido de uma trajetória de quedas reafirmada no ano passado.

 

Fonte: Uol

Foto:  José  Paulo  Lacerda/CNI

Comentar