Três homens que respondiam por uma tentativa de homicídio ocorrida em 4 de junho de 2006 foram inocentados em audiência do Tribunal do Júri, no Foro da Comarca de Frederico Westphalen, na terça-feira, 3 de novembro. Os trabalhos foram coordenados pelo juiz de Direitor titular da 1ª Vara, Alejandro César Rayo Werlang.
Durante o interrogatório, a vítima contou versão diferente da que havia dado à Polícia e em juízo, durante a fase de instrução do processo. Ao ser interrogado sobre quem havia desferido a facada que o atingiu na barriga durante um baile na linha Getúlio Vargas, disse que não lembrava da pessoa e que na época, ao sair para fora do salão acompanhado da esposa, sem motivo, teria sido cercado por um grupo de homens e um deles tentou matá-lo enquanto os outros observavam.
Entre eles estaria um adolescente, primo dos réus. O menor foi apontado pelos três acusados e duas testemunhas como o autor do crime. Eles afirmaram que haviam sido convidados pela vítima a saírem para fora do salão para brigarem lá fora, após uma discussão, mas um não conseguiu sair porque foi detido pelos seguranças e os outros dois permaneceram próximos da porta. O adolescente havia saído primeiro.
Fora do salão, a vítima teria ido para um lado escuro, onde foi esfaqueada. Segundo relato dos réus, o menor teria aparecido dizendo que era para os três fugirem, porque havia esfaqueado a vítima, e mostrava uma faca suja de sangue. Eles ainda mencionaram que o adolescente se tornou uma pessoa perigosa e que a vítima e sua esposa não atribuíam o crime a ele por medo.
Representando o Ministério Público, o promotor de Justiça João Pedro Togni sugeriu a absolvição dos réus diante da consonância entre os relatos das testemunhas e dos réus e da falta de elementos que comprovassem que os três eram responsáveis pela tentativa de homicídio. Ele ainda apontou a inconsistência de provas no inquérito policial, citando a falta que fez para o processo serem ouvidos principalmente os seguranças do baile. O mesmo ponto foi lembrado pelo advogado de defesa dos acusados, Irajá José Ferreira.
Cristiane Luz/Folha do Noroeste