Polícia combate esquema de tráfico de drogas que funcionava de dentro da cadeia no Noroeste do RS

Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Cruz Alta, no Noroeste do Estado, realizou na manhã desta quinta-feira (30), uma operação contra uma rede de tráfico de drogas que operava de dentro do Presídio Estadual de Cruz Alta. O esquema era comandado por detentos, que também coordenavam ações criminosas fora do presídio, com distribuição de drogas nas ruas. Mandados de prisão preventiva foram cumpridos contra oito suspeitos. Cinco deles já estavam presos, um cumpria prisão domiciliar e outro utilizava tornozeleira eletrônica. O nome dos suspeitos não foi divulgado. 

A operação é o desdobramento de uma investigação que apurou o tráfico dentro do presídio, iniciada após o cumprimento de mandados de busca e apreensão em duas celas dcasa Cruz Alta, em junho de 2024.

Durante a ação foram encontrados nas celas 1,5kg de cocaína, 3kg de maconha, balanças de precisão e 25 aparelhos celulares. De acordo com o delegado da Draco de Cruz Alta, Ricardo Drum, foi a parir da apreensão destes telefones que a polícia conseguiu desenhar a rede de tráfico.

— Através da analise destes aparelhos, podemos chegar em quem comandava e articulava isso dentro do presídio e encontramos também algumas coisas referentes ao tráfico fora da prisão — conta o delegado.

Como funcionava o esquema

De acordo com o delegado, durante o dia alguns dos detentos ficavam responsáveis pelo fracionamento, pesagem, comercialização e distribuição da droga dentro do presídio. 

Em uma das celas, onde ficavam os detentos responsáveis por guardar e fracionar a droga, a polícia encontrou um buraco no chão, feito embaixo de uma cama, onde os entorpecentes eram escondidos durante a noite. 

Todo operação era controlada por lideranças que ficavam na cela em frente. Segundo o delegado, era a partir destes detentos mais poderosos que a droga entrava na penitenciária. Estes líderes também estariam envolvidos com a distribuição de entorpecentes fora do presídio.

A investigação continua. O inquérito policial deverá ser concluído e encaminhado ao Poder Judiciário nas próximas semanas.

*Produção: Camila Mendes

Fonte: GZH Passo Fundo

Foto: Polícia Civil/Reprodução