O Inter sabe que precisa do grupo para despachar a crise e sonhar com novas aspirações no ano. Para tal, é fundamental recuperar Enner Valencia. Principal jogador do time, o equatoriano passa por uma seca de um mês e virou alvo de parte da torcida pelos erros recentes. O vestiário se fecha e confia na redenção do atacante.
Disse na reunião com os atletas que o Valencia é muito importante. Não largamos a mão de ninguém. O jejum vai passar.
O discurso do treinador remete ao momento do camisa 13. Anteriormente xodó, Valencia agora convive com contestações das arquibancadas. Chegou a ter o nome já vaiado no anúncio da escalação antes da vitória por 2 a 1 sobre o Juventude.
– Precisamos dele. É um cara que nos ajudará bastante ainda – aposta Thiago Maia.
A confiança no vestiário ainda não se refletiu em campo. Apesar do fim da seca de 12 partidas sem vitória, a noite de quarta-feira marcou um novo capítulo de falhas. O jogador de 34 anos se prontificou a bater o pênalti sofrido por Bruno Tabata. A cobrança, porém, parou nas mãos de Gabriel.
– O erro da penalidade tirou o Valencia do jogo e não valia insistir – reconheceu Roger.
O equívoco tirou os colorados do sério. A cada toque na bola, Valencia ouvia vaias das arquibancadas. Cabisbaixo, rumou ao vestiário ao lado de Alan Ruschel, do Juventude, enquanto a torcida gritava xingamentos.
O desempenho aquém das expectativas fez Roger Machado sacá-lo no intervalo para a entrada de Lucas Alario. O equatoriano acompanhou o segundo tempo e a virada dramática do banco de reservas. Valencia passava a mão no rosto, como se lamentasse mais uma atuação fraca.
– O Valencia estar sentindo que deve, com seu peso e capacidade, que não consegue contribuir, também se frustra e se sente responsável. Os gols voltarão. Somos responsáveis para que ele volte a produzir bem, fazendo cobranças, mas também dando carinho e apoio – disse Roger
O confronto diante do Juventude foi o quinto sem marcar do atacante. O gol mais recente ocorreu aos 34 minutos do segundo tempo em 13 de julho, no empate em 1 a 1 com o Juventude, partida que resultou na eliminação da terceira fase da Copa do Brasil.
Seca de Valencia
- Inter 1 x 1 Rosario Central – 90 minutos
- Bahia 1 x 1 Inter – 76 minutos
- Inter 1 x 1 Palmeiras – 90 minutos
- Inter 2 x 2 Athletico-PR – 72 minutos
- Inter 2 x 1 Juventude – 45 minutos
Na ocasião, marcou de pênalti na segunda tentativa. A primeira parou em Gabriel, mas houve nova cobrança porque Abner invadiu a área. O erro no Jaconi explicitou que o prestígio de Valencia tinha ruído. Logo depois do erro, um torcedor entrou no gramado e correu na direção de Valencia, mas acabou contido por jogadores do Juventude.
Desde então, são 385 minutos sem fazer gol. O grupo minimiza a seca e entende que a oscilação é natural. Para superar o período conturbado, receberá o afago dos parceiros. Todos os jogadores ouvidos depois da vitória falaram palavras de confiança para o companheiro.
– Atacante vive de gols. O Valencia é muito importante para o clube. Sabemos a qualidade que tem. Todo jogador passa por fase difícil. Estava torcendo para que saísse. É um jogador que dá tudo. Daremos força para ele e daqui a pouco voltará a marcar – diz Fernando.
O momento não o impede de seguir como o artilheiro do time na temporada. Valencia tem oito em 2024, um a mais que Wesley, embora ainda não tenha marcado nenhum no Brasileirão.
Valencia contra o Juventude
- 2 finalizações
- 1 pênalti perdido
- 2 passes certos
- 1 passe errado
- 1 desarme
- 1 falta cometida
- 1 falta sofrida
- 1 impedimento
- 3 perdas de posse
O primeiro passo, no entanto, é balançar as redes. No domingo, Valencia terá uma nova oportunidade. A partida com o Atlético-GO será disputada às 16h no Antônio Accioly em Goiânia.
Fonte: ge RS
Foto: Reprodução
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