O volume da produção brasileira de grãos deverá atingir 316,7 milhões de toneladas na safra 2023/2024, 1,5% ou 4,7 milhões de toneladas abaixo do obtido em 2022/2023. No Rio Grande do Sul, a produção está estimada em 40 milhões de toneladas, uma alta de 39,4% em relação à safra passada, quando foram produzidas 28,7 milhões de toneladas. Já a área destinada ao plantio de grãos no estado gaúcho passou de 10,3 milhões de hectares para 10,4 milhões, um aumento de 1,7%. Os dados são do 2º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado nesta quinta-feira (9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Confirme o levantamento, com o avanço da semeadura no início de novembro, as atenções se voltam para a evolução das lavouras. O percentual de área semeada, atualmente, apresenta-se aquém do observado no mesmo período da safra anterior, devido, principalmente, ao excesso de chuvas na Região Sul e Sudeste e às baixas precipitações no Centro-Oeste.
A segunda estimativa aponta ainda o crescimento de 0,5% sobre a área cultivada, passando para 78,9 milhões de hectares. Além das culturas de primeira safra, cujo calendário de plantio se estende até o final de dezembro, a área prevista abrange também as culturas de segunda e terceira safras e as de inverno, com os plantios se encerrando em junho.
“A nossa expectativa é de novamente termos uma potente safra de grãos no país, apesar das questões climáticas provocadas pelo El Niño. As informações levantadas pela Conab indicam, neste momento, que possivelmente teremos a segunda maior produção de grãos da história brasileira, podendo ser a primeira, devido ao aumento da área plantada”, destaca o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Considerando que as culturas de primeira safra ainda estão em fase de plantio, e as demais culturas iniciam a semeadura a partir de janeiro, em relação à produtividade e área, a Conab utilizou modelos estatísticos e informações provenientes dos trabalhos realizados em campo.
De acordo com o boletim, a soja deverá atingir uma produção estimada em 162,4 milhões de toneladas, com um crescimento de 2,8% na área a ser semeada, o que ainda consolida o Brasil como o maior produtor mundial da oleaginosa. Quanto ao milho, houve redução de 5% na área total a ser cultivada, calculada em 21,1 milhões de hectares, com produção prevista de 119,1 milhões de toneladas. Já para o algodão, é esperado um crescimento de 4,2% na área a ser semeada, em um total de 1,73 milhão de hectares, e produção de pluma em 3,04 milhões de toneladas.
No caso do arroz, há expectativa de crescimento de 5,2% na área que está sendo semeada e produção de 10,8 milhões de toneladas. O mesmo vale para o feijão, com crescimento previsto de 3,3% na área total a ser semeada com as três safras, estimada em 2,8 milhões de hectares, e com a produção total no país de 3,1 milhões de toneladas.
Mercado
Os dados da demanda doméstica de milho apresentados no Boletim da Conab apontam que 84,5 milhões de toneladas do cereal deverão ser consumidos internamente ao longo de 2024, ou seja, um aumento de 6,1% comparativamente à safra anterior. Acredita-se ainda que a redução da produção brasileira do cereal, somada à maior oferta disponível no mercado externo, deverá reduzir o volume de exportações brasileiras do grão em 2024. Com isso, o estoque de milho em fevereiro de 2025, ou seja, ao fim do ano-safra 2023/24, deverá ser de 8,9 milhões de toneladas.
Quanto à soja em grãos, as exportações no período de janeiro a outubro de 2023 estão aproximadamente 25% superiores às do mesmo período em 2022. Por esse motivo, a Conab acompanha o percentual e eleva as exportações de soja em grãos, de 97,48 milhões de toneladas para 98,06 milhões de toneladas.
O algodão em pluma vem demonstrando um desempenho mais fraco desde outubro, mas com os sinais de melhoria na economia, o mercado espera que o consumo de algodão melhore na safra 2023/24, crescendo 7,35% e chegando a 730 mil toneladas. Os estoques finais devem cair 7,73% em comparação à safra 2022/23, atingindo o volume de 1,98 milhão de toneladas. Em relação à balança comercial do trigo, os dados preliminares apontam que foram importadas 229,8 mil toneladas em 15 dias. Ademais, com a redução da produção, foi revisado o quantitativo de importações, passando de 5 milhões de toneladas para 5,4 milhões de toneladas. Com essas alterações, estima-se encerrar a safra 2023 com estoque de passagem de 531,9 mil toneladas.
Com informações da Ascom de Edegar Pretto.