Com o objetivo de conscientizar a sociedade para a igualdade de oportunidades a todos os cidadãos, promover os direitos humanos, celebrar as conquistas da pessoa com deficiência e pensar na inclusão deste segmento na sociedade, celebra-se neste dia 21 de setembro, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.  

A data foi instituída por iniciativa de movimentos sociais, em 1982, e oficializado pela Lei Nº 11.133, de 14 de julho de 2005. A data foi escolhida para coincidir com o Dia da Árvore, representando o nascimento das reivindicações de cidadania e participação em igualdade de condições.

De acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência. Nas escolas, segundo dados do Ministério da Educação (MEC), o acesso de pessoas com deficiência aumentou 381% entre 2003 e 2014.  

Se por um lado o acesso em diversas instâncias tenha crescido com políticas de incentivo, por outro, muitas lutas enfrentadas ao longo dos anos persistem atuais. Se a imagem de um povo brasileiro plural e múltiplo é vendida aos demais, um outro olhar se contrapõe, justamente o olhar de quem ainda sofre com falta de inclusão, preconceito e com dificuldades de acessibilidade, seja ela física  motora ou social.

Sabedores das dificuldades que enfrentam, as pessoas com deficiência não costumam se abater diante de uma luta que, na maioria das vezes, é injusta. Em uma perspectiva inclusiva o país ainda precisa evoluir em inúmeras questões, no entanto, pessoas e projetos, ações e trabalhos desenvolvidos em todo o Brasil mostram ser possível um futuro de maior atenção para com quem necessita.

Realidade frederiquense

Desde o primeiro dia de luta até os dias atuais, muitos direitos foram conquistados. Porém, a falta de acessibilidade — que impede a locomoção e a comunicação — e o preconceito são barreiras que motivam a persistência diariamente.

Assim como muitos municípios no país, Frederico Westphalen ainda deixa a desejar na questão acessibilidade. Aqueles que necessitam de diferentes suportes, como rampas, elevadores, pisos táteis ou até mesmo uma simples calçada em boas condições para trafegabilidade, tem suas dificuldades redobradas no município. Ana Grassi, deficiente física, comenta sobre a falta de estrutura na cidade:

Ana também ressalta sobre a importância desta data que marca a luta de milhares de pessoas em todo o mundo:

É com o intuito de prestar apoio às pessoas com deficiências múltiplas que a Associação de Deficientes Físicos de Frederico Westphalen atua no município há 29 anos e conta com uma estrutura completa para atender seus internos.

Com profissionais especializados e uma assistência humanizada, o Lar busca sempre promover aos seus atendidos atividades que estimulam suas capacidades, bem como momentos de integração e confraternizações. Cecília Pessoto, coordenadora do Lar, comenta que o objetivo da instituição não é se tornar um “depósito” de pessoas, mas sim um ambiente para que as mesmas desenvolvam suas aptidões e sejam inseridas sem discriminação na sociedade:

Atualmente a entidade conta com nove internos que residem no local. Há seis anos Jocemar Pivatto é um dos moradores do Lar, ele fala sobre a importância da assistência prestada pela instituição e destaca que a acessibilidade no município ainda é precária:

A entidade é privada e se mantém através de doações da comunidade e auxílio da prefeitura que cede funcionários, além do brechó da instituição que também serve para arrecadação de fundos. O local ainda conta com um centro de fisioterapia no mesmo prédio do Lar, com profissionais qualificados e espaço suficiente para atender a demanda do município.

Entidades como o Lar se tornam pilares importantes para a garantia dos direitos das pessoas com deficiência. O Dia Nacional de Luta é um marco para que toda a sociedade busque efetivamente a construção de uma sociedade inclusiva e solidária, que possibilite a todos a igualdade de oportunidades.