Visitas aos apenados foram suspensas no Presídio Estadual de Frederico Westphalen após o surgimento de casos de síndrome gripal. A medida foi tomada diante das mortes por H1N1 no Estado, que chegam a quase 20, incluindo uma no município.
As visitas só serão normalizadas no dia 4 de maio. No próximo domingo, 1º, será permitida uma visita por preso, no entanto, não pode ser de pessoas que façam parte dos grupos de risco, como gestantes, crianças e idosos. Isso porque não surgiram novos casos nos últimos dias.
Tudo começou com um preso do semiaberto, que teve de ser internado no dia 16 de abril. Em seguida, apresentaram sintomas outros dois apenados, desta vez do regime fechado, e um agente penitenciário. A administração da casa prisional procurou auxílio junto à Secretaria Municipal de Saúde e à 19ª Coordenadoria Regional de Saúde. Foram disponibilizadas 200 doses da vacina contra influenza para apenados e servidores. A cobertura foi total, conforme a administradora do presídio, Adriana Borela Rosado. “Conversamos com preso por preso sobre a situação, com a colaboração de nossas assistentes sociais Sandra Coutinho Vasconcelos e Nádia Vacheleski. Todos entenderam e manifestaram que não queriam passar o vírus adiante, por isso decidimos suspender as visitas por dez dias. Essa conscientização geral nos surpreendeu positivamente. Eles cometeram delitos, sim, mas estão pagando a pena e são seres humanos”, explicou Adriana.
Segundo a enfermeira da vigilância epidemiológica da 19ª CRS, Jeanine Antoniollo Vargas, amostra coletada foi encaminhada ao Laboratório Central do Estado (Lacen) para análise, a fim de confirmar o tipo de vírus apresentado. Não há previsão para a chegada de resultados.
Síndrome gripal?
Especialista em saúde pública, o médico Paulo Savaris explicou que na síndrome gripal, o paciente, portador de doença aguda, apresenta febre alta de início súbito e mal-estar geral pelo corpo, como dores de cabeça e nas articulações, além de tosse ou dor de garganta. Em resumo, é considerada síndrome porque são constatados sinais de gripe, embora a doença não esteja confirmada.
Local de risco
A concentração populacional em um espaço físico limitado torna os presídios locais de risco, já que presos do semiaberto, visitantes e agentes penitenciários, por exemplo, frequentam outros locais. Com capacidade de engenharia para 84 detentos, o de Frederico Westphalen abriga atualmente mais de 150 presos e tem 18 agentes.
Medicamento e sintomas
Para prevenir complicações e mortes por influenza, a orientação do Ministério da Saúde é que todos os pacientes com sintomas de gripe onde há circulação do vírus H1N1 recebam o antiviral oseltamivir, por isso, além de terem sido vacinados, os detentos receberam até ontem doses do medicamento, que possui o nome comercial Tamiflu. Dentre os sintomas de gripe A H1N1, estão febre, dor de garganta e dores nas articulações, musculares ou de cabeça.
Dengue e tuberculose
Não houve nenhum caso de dengue no presídio. No entanto, há dois presos com casos reincidentes de tuberculose. Ambos foram isolados para tratamento.
Folha do Noroeste