Neste dia 28 de fevereiro Frederico Westphalen completa 63 anos de emancipação político-administrativa. Se você é natural da cidade ou foi acolhido por ela, já deve conhecer um pouco sobre sua história. Provavelmente já tenha ouvido falar da Velha Vila Barril que deu origem ao município, ou dos precursores como Dom Vitor Batistela, porém, a história de Frederico Westphalen possui alguns fatos e curiosidades que talvez você não tenha conhecimento. 

Aceite o convite e permita-se conhecer um pouco mais desta cidade que completa 63 anos de muita hospitalidade e prosperidade. 

As torres da Catedral

A majestosa Catedral Santo Antônio, um dos maiores símbolos do município, possuía junto a suas duas torres principais mais oito pequenas torres que, após serem atingidas por temporais, acabaram caindo da estrutura.

O primeiro vendaval ocorreu em 27 de agosto de 1958, quando três pináculos foram derrubados, as estruturas caíram sobre a parte direita da velha igreja. Já no dia 30 de novembro de 1961, um segundo vendaval derrubou mais dois pináculos. Cada torre possuía um total de 2.094 quilos.  

Os prejuízos foram grandes e as dificuldades para repor as peças fez com que os engenheiros retirassem todos os pináculos e fechassem o local.

 

Amor à FW traduzido em palavras

Muitos não sabem, mas Frederico Westphalen possui um Hino próprio. A composição foi resultado de uma competição aberta em edital pela prefeitura do município em 2012, que teve como ganhador Rui Antônio Volkweis. 

Baseado na música “Princesa do Alto Uruguai”, que conta em alguns de seus versos a história de Frederico Westphalen, o hino é composto por 20 versos e um refrão que demonstra o orgulho de ser “filho dessa terra” e lembra a denominação da cidade como Princesa do Médio Alto Uruguai.

Apesar de possuir letra oficial, o hino nunca foi musicado e gravado. Confira os versos na íntegra:

Hino de Frederico Westphalen     

Autor: Rui Antônio Volkweis

Eu amo este recanto abençoado
Berço eterno sob nosso céu anil,
Traduz lembranças dos antepassados
Desbravadores do saudoso Barril.
Muitas crenças, várias raças neste chão
Fizeram história conquistando um ideal
De sua fé, ergueu-se a majestosa Catedral.

Refrão

É uma estrela incandescente que reluz todo o seu brilho,
Num brado forte eu digo, tenho orgulho ser seu filho,
Frederico Westphalen, tem uma rara beleza
Do médio Alto Uruguai, é uma cidade Princesa.

Os imigrantes, com muita fé e esperança
Colhem da terra, a riqueza e a fartura
Bravos heróis que tem no sangue a liderança
Do comércio, da indústria e da agricultura.
Lembrar da história, dos heróis que contagia
Hoje o progresso é fruto daquela semente,
E a cultura, cantada nas etnias
Um grande orgulho de ser frederiquense.

 

A nevasca

No dia 20 de agosto de 1965, grande parte da região norte do estado contou com uma precipitação de neve, fato inédito e não mais repetido até os dias atuais.  

Nevou à tarde toda, continuou à noite, prosseguiu no outro dia. Apenas cessou com a chegada da chuva, que deu espaço ao sol, derretendo o gelo acumulado. Em alguns casos, as camadas de neve eram superiores a um metro de espessura, cobrindo de branco toda a vegetação, terra, casas e ruas.

Em Frederico Westphalen a neve se intensificou durante o dia 21 de agosto e, na oportunidade, alguns moradores da época registraram o acontecimento.

A maior precipitação de neve do século no Estado do Rio Grande do Sul havia ocorrido em 1942, na região serrana onde os acumulados foram mais intensos.

 

As divisões do território 

Frederico Westphalen pertencia, até 1954, ao município de Palmeira das Missões, configurando-se como um distrito. A partir da implantação da Lei Estadual nº 2523, de 15 de dezembro de 1954, Frederico Westphalen tornou-se oficialmente um município. A cidade contava inicialmente com diferentes comunidades que, aos poucos, emanciparam-se e tornaram-se demais municípios da região. Pertenciam à Frederico Westphalen as seguintes cidades:

1954 – 1965: Vicente Dutra
1954 – 1965: Caiçara
1954 – 1965: Palmitinho
1957 – 1990: Taquaruçu do Sul
1958 – 1990: Vista Alegre

Mulheres homenageadas

Amélia Campos Tomazi, Brandina Brescovici, Terezinha Piaia Milani, Hermínia Milani, Jovita Gerardi e Chiquinha. São estas, e apenas estas, as mulheres que dão nome a ruas em Frederico Westphalen.

Apesar de possuir 402 ruas, somente SEIS fazem referência à mulheres, o que totaliza 1.4% dos logradouros do município. O número chama mais atenção se levarmos em conta que a cidade possui mais mulheres (14.715) do que homens (14.128).  No entanto, cada uma das mulheres homenageadas possui uma bela história a ser contada e relembrada.

As telonas da cidade

Ir ao cinema era uma tradição e um dos lazeres favoritos de muitos frederiquenses, afinal, nas décadas de 50 e 60, o município era referência em estrutura e quantidade de salas. A cidade reunia público de vários municípios próximos para as exibições.

A história das telonas em Frederico Westphalen inicia-se quando a cidade ainda era conhecida como Vila Barril, em 1940. Fundado pela família Bortoluzzi, o primeiro cinema da cidade ficava localizado onde atualmente é a Farmácia Panvel.

Com o tempo surgiram outros empreendimentos na área da sétima arte: a criação do Cine Carlos Gomes, do Padre Vitor Batistella e o Cine Floresta, de Dinarte Pereira em 1950. Os dois locais uniram-se em 1958 e os filmes eram exibidos no Cine Floresta, no salão da Catedral. Paralelo ao Cine Floresta, atuou o Cine Recreio, até 1960, onde hoje se localiza o Subway. Era um cinema pequeno, comandado por Aquiles Panosso.

Posteriormente, em 1963, o Cinema da catedral foi transferido para onde hoje é a Loja Grazziotin. Lá havia um espaço com 900 lugares e o local foi nomeado de Cine Jussara, em homenagem à filha do dono, Dinarte Pereira. O empreendimento fechou as portas em 1990 pela falta de frequência do público e alto custo dos filmes. 

 

O trânsito

Com uma população estimada pelo IBGE de 30.832 pessoas, Frederico Westphalen vem se expandindo cada vez mais. Município referência na região do Médio Alto Uruguai, não só aumenta o número de habitantes, mas também o número de veículos na cidade. Atualmente FW possui, de acordo com dados do Detran/RS, 21.106 veículos cadastrados. De 2016 para 2017 foram registrados 727 novos veículos no município, uma média de dois carros por dia no ano. Reflexos do aumento da frota já aparecem no município e, nos próximos meses a cidade contará com um Estacionamento Rotativo pago.

O Desbravador

O Monumento ao Desbravador que atualmente fica localizado no acesso ao Parque de Exposições esteve, durante 22 anos, no Centro da cidade, na Praça da Matriz. A estrutura de ferro possui 3 metros de altura e 1,5 metro de largura e retrata os primeiros desbravadores do município.

Em 2010 a estátua foi restaurada pelo profissional da área, Bruno Lavarda, com acompanhamento do artista plástico Ricardo Garlet. Desde então a estrutura foi realocada às margens da BR 386.

Um lugar bom para se viver

Em uma pesquisa sobre as melhores cidades do Brasil, realizada pela revista IstoÉ em 2015, o município Frederico Westphalen é apontado como uma das melhores cidades na categoria cidades de pequeno porte, com menos de 50 mil habitantes.

Em um total de 2.444 municípios, Frederico Westphalen se encontra na 22ª posição. No ranking geral, que inclui 5.565 municípios, Frederico Westphalen encontra-se na 328ª posição. O ranking é realizado levando em conta os municípios que mais se destacaram em um conjunto de indicadores das áreas fiscal, econômica, social e digital.

Destaque internacional

Em 2017, pela primeira vez o Brasil teve representantes na Olimpíada Europeia de Matemática para Garotas. Entre as quatro meninas que representaram o país, uma é frederiquense. Mariana Groff, de 15 anos. Esse feito não é tão inesperado assim se levarmos em conta a trajetória da jovem, ao longo de sua vida, Mariana já conquistou 28 medalhas nacionais e cinco internacionais em olimpíadas de exatas. Um orgulho para educação e para nossa cidade!

 

Estas são algumas das curiosidades de nosso município que na data de hoje completa mais de seis décadas de emancipação. Parabéns à todos nós, frederiquenses!