Frederico Westphalen está entre os quatro municípios do RS que registram água contaminada por agrotóxicos

Os resíduos de agrotóxicos na água para consumo humano foram o tema do trabalho de conclusão de curso da engenheira química Juliane Rubbo, aluna da Residência Integrada em Saúde (RIS) da Escola de Saúde Pública da Secretaria Estadual da Saúde. Durante o levantamento, foram detectados traços de agrotóxicos além do permitido pela legislação em cinco amostras de água de quatro municípios: Monte Belo do Sul, Venâncio Aires, Lagoa Vermelha e Frederico Westphalen. As amostras que apontaram índices de agrotóxicos acima do permitido em FW, foram do segundo semestre de 2016.

No total, foram analisadas 1600 amostras de mais de 300 municípios do Estado. Os municípios estudados têm os fornecimentos de água operados por uma concessionária ou autarquia municipal.

“A divulgação deste trabalho é importante no sentido de alertar a população sobre as consequências à saúde humana do uso dos agrotóxicos e de sensibilizar gestores e profissionais da saúde para esse problema”, explica Juliane. “A Vigilância em Saúde está atenta e a divulgação destes dados vai ao encontro do direito da população de saber sobre a qualidade da água que consome”, conclui. O consumo de agrotóxicos está ligado a diversos problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e câncer.

“O fato de termos encontrado detecções acima do máximo permitido em amostras de água para consumo humano serve de alerta para um possível uso abusivo. Esse problema requer ações interinstitucionais, desde a consciência do usuário até o controle e a regulação do comércio e uso de agrotóxicos”, explica o orientador do trabalho e Especialista em Saúde da SES, Luciano Zini. “A partir desses dados, podemos, por exemplo, solicitar que se amplie a frequência das análises que são realizadas ou mesmo exigir do responsável pelo abastecimento de água que realize tratamento avançado para remoção de contaminantes, se for o caso”, conclui. Além disso, as informações subsidiam o planejamento de análises de vigilância de agrotóxicos, com previsão de 200 amostras no ano de 2018, estrategicamente distribuídas pelos municípios do estado.

Durante a RIS, os residentes da ênfase de Vigilância em Saúde atuam no Centro  Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS). Desde março do ano passado, a residente faz parte da equipe do Programa de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA) do CEVS. O programa desenvolve ações para assegurar a qualidade dos sistemas e soluções alternativas de abastecimento de água, identificando e intervindo em situações de risco à saúde dos consumidores. Em 2017, por exemplo, foram realizadas audiências públicas, reuniões e capacitações de técnicos dos municípios.

Confira o trabalho na íntegra aqui.

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Sec. Estadual de Saúde 

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