Cientistas dos Estados Unidos anunciaram, nesta quinta-feira (12), que o ano de 2022 foi o quinto mais quente já registrado na história. Ao analisar os últimos nove anos, a conclusão é que esse período também é o mais quente desde a época pré-industrial. A situação coloca em risco a capacidade de se cumprir a meta do Acordo de Paris, firmado em 2015, e que pretende limitar o aquecimento global a 1,5ºC.
Segundo a Nasa, 2022 empatou com 2015 como o quinto ano mais quente desde 1885, quando os registros começaram. O ano quente aconteceu apesar do evento climático La Niña no Oceano Pacífico, que costuma reduzir um pouco as temperaturas do planeta. A temperatura global média da Terra agora é 1,1ºC a 1,2ºC mais alta do que nos tempos pré-industriais.
Enquanto cientistas da União Europeia anunciaram essa semana que 2022 foi o quinto ano mais quente em seus registros, a Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA classificou 2022 como o sexto mais quente desde 1880. A pequena divergência deve-se ao fato de que as avaliações climáticas produzem classificações diferentes conforme a base de dados usada e a forma como os registros contabilizam pequenas alterações de dados ao longo do tempo – como, por exemplo, uma estação metereológica ser transferida de um local para outro.
De acordo com a Nasa, a temperatura do planeta tem aumentado 0,2ºC a cada década. Se seguir nesse ritmo, não será possível alcançar a meta do Acordo de Paris e evitar consequências mais trágicas do aquecimento global.
“No ritmo que estamos indo, não vai demorar mais de duas décadas para alcançarmos isso (aquecimento de 1,5ºC). E a única maneira de não fazer isso é se pararmos de lançar gases de efeito estufa na atmosfera”, afirmou à Reuters o diretor do Instituto Goddard da Nasa para Estudos Espaciais, Gavin Schmidt.