Trabalhadores do RS aderem à greve nacional dos Correios

Em assembleia realizada na Praça da Alfândega, em Porto Alegre, os trabalhadores dos Correios no Rio Grande Sul decidiram, na noite desta segunda-feira, 17, decretar greve por tempo indeterminado. Em todo o país, são cerca de 100 mil funcionários que paralisaram as atividades. Em Frederico Westphalen, a agência dos Correios segue com o atendimento normal, das 9h às 17h.

A greve ocorre em protesto contra a retirada de direitos, a privatização da empresa e a ausência de medidas para proteger os empregados durante a pandemia do coronavírus, de acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect).

Dos 36 sindicatos no país, apenas três ainda não deliberarem sobre a greve. As duas entidades que ficam no RS já decidiram pela paralisação — o Sindicato dos Trabalhadores de Correios do RS (Sintec-RS) e o sindicato de Santa Maria e região. 

De acordo com o secretário-geral do Sintect-RS, Alexandre dos Santos Nunes, o movimento é a única resposta possível a proposta da empresa que retira 70 cláusulas do acordo coletivo dos trabalhadores.

Nunes acredita que a decretação de greve em nível nacional representa a indignação dos trabalhadores com a empresa, que, segundo ele, não se preocupa em proteger os funcionários do coronavírus, não realiza testes para a doença e impõe ainda sobrecarga de trabalho e exige expedientes aos sábados e domingos.

Revogação de acordo coletivo

Em nota, a Fentect afirma ter sido surpreendida com a revogação, a partir de 1º de agosto, do atual acordo coletivo, cuja vigência vai até 2021. Segundo a entidade, 70 cláusulas com direitos foram retiradas, como 30% do adicional de risco, vale-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais, além de pagamentos como adicional noturno e horas extras.

Sobre as ações da empresa para enfrentamento da pandemia, a federação relata que teve de acionar a Justiça para garantir aos empregados equipamentos de proteção individual, álcool em gel, testagem e afastamento daqueles integrantes de grupos de risco e dos que coabitam com crianças em idade escolar. A entidade afirma que se trata de estratégia para precarizar e privatizar a empresa.

Em nota, os Correios informaram ter um plano de continuidade de negócios para manter o atendimento à população em qualquer situação adversa. A estatal informou que o objetivo primordial é cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, de forma a retomar a capacidade de investimento e sua estabilidade, e manter os empregos dos funcionários.

 

 

 

*Com informações GaúchaZH
(Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo)