A MetSul Meteorologia adverte para uma nova onda de calor no Rio Grande do Sul durante a próxima semana com temperaturas muito acima da média histórica do final de fevereiro e que em algumas regiões do estado devem ficar próximas, ao redor e acima dos 40°C.
O calor já se faz presente no território gaúcho hoje, amanhã e no fim de semana, mas a escalada maior da temperatura deve se dar no começo da semana que vem, quando as máximas passarão a ser muito altas no estado.
Os termômetros que hoje indicam 33°C a 34°C em diversas cidades da Metade Oeste gaúcha indicaram, amanhã, máximas de 33°C a 35°C e isoladamente superiores são previstas em diversas regiões do estado.
No sábado, grande parte do Rio Grande do Sul deve ter entre 32°C e 35°C com máximas maiores na Metade Oeste de até 36°C a 37°C. No domingo, por sua vez, a maior parte do estado terá uma tarde com 32°C a 35°C, mas na Metade Oeste haverá locais com 37°C a 38°C.
O calor mais intenso começa a se generalizar na segunda-feira, quando as condições de onda de calor se configuram, com máximas perto e acima de 35°C em grande número de municípios do estado e marcas de 36°C a 38°C e que localmente podem ser mais altas no Noroeste, Oeste, Centro, parte da Campanha, Vales e Grande Porto Alegre.
Terça e quarta da semana que vem devem ser os dias mais quentes deste episódio de calor no Rio Grande do Sul com máximas ao redor e acima de 35°C na maioria dos municípios do estado, mas perto e acima de 40°C em alguns.
Na quinta-feira da semana que vem, pancadas de chuva podem impédir máximas muito altas em pontos da Metade Sul, entretanto na Metade Norte pode seguir ainda bastante quente com calor excessivo.
Os mapas a seguir mostram as anomalias de temperatura, ou seja, quanto as marcas devem desviar da média, para as tardes de segunda a quinta da semana que vem, de acordo com o modelo do Centro Meteorológico Europeu.
Em Porto Alegre, a tarde de hoje deve ter 31°C a 32°C. Amanhã, 33°C a 34°C. No sábado e no domingo, as máximas na capital ficam entre 33°C e 34°C. Na segunda, ao redor de 36°C. Já na terça, entre 37°C e 38°C. Na quinta, mais uma vez entre 36°C e 38°C.
Na região metropolitana, máximas de 1°C a 2°C mais altas são previstas em alguns pontos, como no Vale do Sinos, assim é possível que a temperatura na semana que vem possa atingir valores ao redor dos 40°C.
Onda de calor menos intensa que a última
Embora o calor intenso previsto para a semana que vem, a MetSul antecipa que este novo episódio de temperatura muito acima da média não deve ser tão extremo como foi a última onda de calor no Rio Grande do Sul.
No pico da última onda de calor, no dia 11 deste mês, na rede oficial do Instituto Nacional de Meteorologia, as máximas foram de 41,3°C em Uruguaiana e Campo Bom; 40,6°C em São Gabriel; 40,2°C em Camaquã e São Vicente do Sul; e 40,0°C em Santa Maria.
A temperatura máxima em Campo Bom de 41,3°C ficou 0,1°C abaixo do recorde de fevereiro de 41,4°C em 1°/2/2013, no segundo dia mais quente no mês já observado na cidade do vale em 41 anos de medições. Só 0,6°C abaixo do recorde absoluto de 41,9°C, de 16/11/1985.
Na região metropolitana, além dos 41,3°C em Campo Bom, os termômetros indicaram no dia 11 à tarde 41,2°C em Parobé; 40,6°C em Eldorado do Sul; 40,3°C em São Leopoldo; 40,0°C em Novo Hamburgo (Lomba Grande); 39,4°C em Nova Santa Rita; 39,3°C em Viamão; e 39,0°C em Gravataí.
Em Porto Alegre, a temperatura máxima na estação convencional do Jardim Botânico – a de referência histórica da cidade – marcou 39,8°C no último día 11. Com isso, Porto Alegre anotou a maior máxima em fevereiro desde a grande onda de calor de 2014. A marca foi a quinta mais alta já observada no mês de fevereiro na estação convencional desde o começo das medições em 1910. Além disso, a temperatura ficou ainda entre as dez mais altas da história climática da cidade, no caso em oitavo lugar no ranking das maiores máximas da série histórica.
Bolha de calor no meio do continente
O novo episódio de temperaturas muito altas vai estar associada a uma bolha de calor que vai se instalar nos próximos dias entre a Argentina, Uruguai, Paraguai e o Rio Grande do Sul, afetando ainda parte de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. São Paulo e Rio de Janeiro seguem muito quentes em níveis de calor que já vem registrando.
Uma bolha de calor, também conhecida como domo ou cúpula de calor, é um fenômeno meteorológico caracterizado por uma área de alta pressão que permanece estacionada sobre uma região por dias ou até semanas. Essa condição impede a movimentação de massas de ar mais frias e a formação de sistemas meteorológicos, como frentes frias, resultando no aprisionamento de ar quente próximo à superfície terrestre.
Esse ar, ao ser comprimido, aquece ainda mais, elevando significativamente as temperaturas locais. A formação de uma cúpula de calor ocorre quando massas de ar quente se expandem verticalmente na atmosfera, criando uma área de alta pressão que desvia sistemas meteorológicos ao seu redor.
À medida que essa alta pressão se estabelece, o ar abaixo aquece a atmosfera e dissipa a cobertura de nuvens. A combinação do alto ângulo solar durante o verão com o céu claro intensifica o aquecimento do solo, exacerbando as temperaturas.
Estudos indicam que as mudanças climáticas têm aumentado a frequência e a intensidade dessas cúpulas de calor. O aquecimento global contribui para que essas massas de ar quente se tornem mais comuns e persistentes, levando a ondas de calor mais severas e prolongadas em diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil.