Taxa de desemprego chega a 14,6%, maior patamar desde 2012

A taxa de desocupação chegou a 14,6% no trimestre encerrado em setembro, atingindo o maior patamar da série histórica, que começou em 2012, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Na prática, 14,1 milhões de pessoas estavam fora do mercado de trabalho no período. Segundo o IBGE, esta população aumentou 10,2% frente ao segundo trimestre do ano, quando havia 12,8 milhões de desempregados, e 12,6% em comparação ao terceiro trimestre de 2019, com 12,5 milhões.

A analista da pesquisa, Adriana Beringuy, afirma que o aumento na taxa de desemprego reflete a flexibilização das medidas de isolamento social para controle da pandemia de Covid-19.

“Houve maior pressão sobre o mercado de trabalho no terceiro trimestre. Em abril e maio, as medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das pessoas de não procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, começamos a perceber um maior contingente de pessoas em busca de uma ocupação”, disse.

Perfil dos desocupados

As mulheres foram as mais afetadas pelo desemprego: a taxa de desocupação para elas foi 16,8%, frente a 12,8% para homens. A taxa dos que se declararam brancos (11,8%) foi menor do que a média nacional, enquanto as dos pretos (19,1%) e dos pardos (16,5%) ficaram acima. Considerando as idades, o desemprego foi mais forte para os grupos de 14 a 17 (44,2%) e de 18 a 24 anos de idade (31,4%).  Os estados de Bahia, Sergipe e Alagoas registraram as taxas de desocupação mais altas do trimestre (20,7%, 20,3% e 20%, respectivamente). Houve alta na taxa em 10 estados.