A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), entidade científica dedicada à defesa da saúde e dos direitos de crianças e adolescentes, manifesta profunda preocupação diante do aumento de casos de aliciamento, exploração sexual, cooptação para crimes e exposição indevida de meninos e meninas em redes sociais.
O alerta se tornou ainda mais urgente diante da recente repercussão nacional gerada por um vídeo publicado por um influenciador digital, que expôs situações graves de aliciamento e abuso de crianças em redes sociais, evidenciando a necessidade de respostas rápidas e efetivas para proteção da infância. No ambiente digital, crianças e adolescentes têm sido atraídos por grupos criminosos, muitas vezes sem qualquer supervisão, e expostos a conteúdos nocivos que comprometem seu bem-estar e desenvolvimento.
Entre as práticas mais graves estão a produção, divulgação e posse de pornografia infantil — crime previsto no artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com pena de quatro a oito anos de reclusão e multa — e o aliciamento para fins sexuais (artigo 241-D do ECA), que abrange condutas como assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, com o objetivo de praticar ato libidinoso.
A SPRS também alerta para a adultização, prática que impõe comportamentos, roupas ou papéis de adultos a crianças, associada no meio digital à hipersexualização precoce e à exploração comercial. Essa exposição fragiliza a integridade física, emocional e psicológica, ampliando os riscos de violência e perpetuando padrões prejudiciais.
A SPRS reforça que a proteção da infância e da adolescência exige tolerância zero a crimes virtuais, ações rápidas para remoção de conteúdos ilegais e responsabilização de empresas de tecnologia que mantenham ambientes inseguros. É imprescindível que famílias, sociedade, empresas e poder público atuem juntos para que meninos e meninas cresçam livres de violência, preservando sua integridade física, emocional e moral.
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