Durante os dias 02 e 03 de maio a primeira-dama, Vanessa Balen Felin, esteve realizando uma visita surpresa para as Rainhas da segunda edição do evento Só para Mulheres. As Rainhas foram selecionadas pelo concurso de cartas, entre mais de 20 histórias inscritas, e ficaram imensamente felizes e emocionadas ao saber que a sua história de vida foi a contemplada no concurso.
As selecionadas foram: Anirã Terezinha Pavan, 74 anos; Malvina Cupsinsciki, 62 anos; e Maria Cacilda da Silva, 60 anos. No dia 07 de maio, no ginásio do Distrito de São João do Porto, elas receberão um dia de Rainha, com direito a cuidados de beleza e vestuário completo, tudo para que fiquem ainda mais belas para participar da programação.
Confira a seguir as atividades do dia 07:
9h30: Recepção das Caravanas e Café da Manhã
10h45: Desfile e coroação das Rainhas
12h: Almoço
13h: Dinâmicas e Gincanas
14h30: Confraternização
Conheça um pouco da história de cada uma das rainhas. Todas elas se doaram aos seus semelhantes sem esperar nada em troca, todas elas ajudaram, estenderam a mão mesmo em meio as próprias dificuldades, e sem medir esforços cuidaram dos outros. Agora chegou a vez de a gente cuidar delas.
Anirã Terezinha Pavan, 74 anos: Tantas vezes, no meio da noite, em uma época em que nem havia energia elétrica em sua casa, Anirã levantava, pegava a lanterna e seguia a pé em meio ao breu noturno até a casa das pessoas de sua comunidade que necessitavam de ajuda. “Fazia um trabalho como enfermeira do lugar, medindo temperatura, aplicando injeção, fazendo curativos; para qualquer emergência era solicitada”, diz um trecho da carta.
As marcas do tempo na face de Anirã trazem consigo uma história repleta de força de vontade e superação. Hoje é viúva e mora com a neta de 17 anos, a qual dedica cuidados desde que nasceu. Anirã não sabia da existência da carta, que foi escrita pela filha como forma de homenagear a mãe, e ficou emocionada quando recebeu a visita da primeira-dama e soube que foi uma das selecionadas do concurso. Ainda jovem Anirã se casou e teve três filhas, sempre trabalhou pesado para que a família tivesse o básico necessário, sendo que em sua casa não havia energia elétrica, água encanada e nem banheiro. Seu marido era carpinteiro e passava a semana inteira fora, assim ficava para Anirã a responsabilidade de cuidar das filhas, da casa, da roça e dos animais. Também trabalhou na escola, onde anos depois passou no concurso como servente. Anirã ainda cuidou do esposo doente, e acolheu a sua mãe que faleceu no ano passado aos 99 anos.
Uma vida inteira de dedicação aos seus semelhantes, e um amor sem medidas no cuidado com o próximo. A vida deu-lhe quatro filhos, e destes, três com necessidades especiais, que fizeram Malvina doar-se inteiramente a eles. Mulher forte e guerreira que não se abate mediante as lutas diárias. Dos três filhos que carecem de cuidados especiais, dois residem com a mãe. Sem hesitar, Malvina se dedica exclusivamente, todo dia, no cuidar deles, principalmente da filha, que está enferma há sete anos e não consegue enxergar e caminhar, sendo totalmente dependente da mãe.
Em meio a essa rotina de dedicação incondicional aos filhos especiais, não sobra tempo para cuidar de si mesma. “Gostaria de realizar um grande sonho, de passar um dia de transformação, gostaria de um dia de rainha”, confessa humildemente Malvina na carta que escreveu.
Maria Cacilda da Silva, 60 anos:
A vida não foi muito piedosa com Maria, que desde criança viu-se defrontada com situações desafiadoras, como o abandono dos pais. Depois, já casada, exerceu o papel de pai e mãe, trabalhou arduamente pelo sustento do lar, e há 40 anos dedica-se ao cuidado de um tio com necessidades especiais. Somente depois de se aposentar, Maria teve a oportunidade de retomar os seus anseios pessoais, como o estudo. Apesar de todas as lutas, ela não reclama da vida, mas declara, como última expressão de sua carta: “Sou feliz”.
Aos dois anos foi abandonada pelos pais, e mediante ordem do juiz foi entregue aos cuidados da avó materna. Teve uma educação rígida, onde sequer lhe era dado o direito de se expressar. Desde criança foi incumbida a trabalhar arduamente em casa e na roça, rotina que se repetiu novamente quando se casou aos 22 anos. Como agricultora e dona de casa enfrentou grandes desafios, e por um longo período devido a problemas familiares cuidou sozinha dos sete filhos, levando-os ainda pequenos junto na roça, onde brincavam debaixo de uma sombra, à espreita do seu olhar. Depois que se aposentou, Maria teve a oportunidade de voltar a estudar, também fez um curso de artesanato e fitoterapia. Hoje, após enfrentar tantas batalhas na vida, Maria diz que se sente realizada e feliz.
ASCOM Prefeitura de FW