A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado discutiu nesta segunda-feira, 18, em audiência pública, a situação dos trabalhadores do grupo JBS. O grupo começou a entrar em dificuldades quando passou a ser alvo da Operação Lava Jato. O procurador do Trabalho Heiler Ivens de Souza Natali, alertou que a empresa está no limite de entrar em recuperação judicial. “Peço ajuda ao Senado para convidar representantes da JBS para discutir essas questões em uma mesa com os trabalhadores e evitar que num futuro próximo estejamos aqui tratando de demissões numa escala nunca vista neste país”.
Segundo dados apresentados pelo procurador, que é também coordenador nacional do Projeto de Adequação às Condições de Trabalho nos Frigoríficos, em dois anos a JBS já demitiu cerca de 4 mil trabalhadores. “Não é possível ocorrer a transferência de bilhões de reais de recursos públicos para a iniciativa privada sem nenhuma contrapartida social”. O procurador sugere que feita uma regulamentação desse modelo de financiamento.
O vice-presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), disse que será proposta à Procuradoria-Geral da República (PGR) a criação de um grupo de trabalho para definir medidas de proteção ao emprego e ao trabalhador no âmbito do acordo de leniência fechado com a JBS. A proposta é que o grupo tenha representantes do MPT, das confederações sindicais, da CDH e da PGR.
Representantes de sindicatos e confederações de trabalhadores fizeram relatos sobre demissões em massa praticadas pela JBS em diversos estados, fazendo com que o número de empregados diminuísse em dezenas de milhares desde 2015. Segundo eles, o quadro de desemprego pode se agravar diante do grande endividamento e das investigações em torno da companhia.
Confira o boletim com mais informações sobre a situação da JBS:
Com informações da Agência Senado