Servidores estaduais saíram descontentes da reunião realizada, no final da manhã desta segunda-feira, com o secretário-chefe da Casa Civil, Márcio Biolchi, no Palácio Piratini. A categoria cogita a possibilidade de deflagrar greve geral a partir do próximo dia 18 contra o parcelamento dos salários do funcionalismo.
Segundo o presidente da Amapergs, entidade que representa os agentes penitenciários da Susepe, Flávio Berneira, o risco é de apagão nos serviços públicos devido a uma greve geral. “No horizonte nós teremos dias sombrios. Nós não temos dúvida que a partir das plenárias do interior do Estado e no dia 18 esse Estado viverá uma paralisação e greve sem precedentes na história do Rio Grande do Sul”, afirmou.
A relação do Executivo com os servidores também não deve melhorar com o envio de novos projetos de lei à Assembleia Legislativa. O motivo é que as principais categorias de servidores são contrárias à solução de ajuste fiscal apresentada pelo Piratini. “Não compactuamos com esse tipo de política que diminui o tamanho do Estado. Queremos o combate à sonegação, a renegociação da dívida, o fim das isenções fiscais e a cobrança da dívida ativa”, apontou o presidente da Fessergs, Sérgio Arnoud, fazendo eco à fala da presidente do Cpers, Helenir Schurer.
O secretário-chefe da Casa Civil garantiu, após a reunião, que não há perspectiva de alteração desse quadro no curto prazo e que o parcelamento dos salários dos servidores não é uma “estratégia de convencimento” para aumento de impostos ou privatizações. As duas medidas estão sendo estudadas e podem compor a terceira fase do ajuste fiscal a ser enviada na sexta-feira à Assembleia. O secretário ainda descartou, na entrevista, a possibilidade de contingenciar o repasse de verbas aos outros poderes e instituições.
“Infelizmente nós temos dimensão do que essa greve pode representar e das consequências que ela pode trazer. Mas também nós não temos o instrumento de fato, que são as condições financeiras, para que ela não ocorra”, disse Biolchi.
Antes da reunião, os servidores realizaram protesto em frente ao Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF) e caminhada pela Avenida Borges de Medeiros.
Presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer após a reunião garantiu mobilização para greve dia 18.