A chegada do segundo semestre para a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) traz apreensão e risco à manutenção das atividades do campus principal e dos demais campi. Ainda que não seja situação exclusiva da instituição, a universidade olha o calendário com o receio de um engessamento e, principalmente, de um colapso da maior instituição de Ensino Superior do interior gaúcho. Sem nenhuma liberação da verba que segue contingenciada (congelada), por parte da União, o reitor Paulo Burmann trabalha com dois cenários, a partir de agosto, em caso de o montante não ser liberado.
No primeiro deles, Burmann projeta que, frente ao quadro de insuficiência financeira, é possível que não se tenha como dar atendimento ao básico da comunidade universitária. E, a partir daí, escolhas (e difíceis) tenham de ser feitas. O outro cenário é o que causa maior preocupação à reitoria. Nele, os números dão dimensão da gravidade dos contingenciamentos na universidade e o que isso pode afetar fora na UFSM.
– Isso, certamente, nos obrigaria a um contingenciamento de imediato de contratos em mais de 60% dos compromissos existentes. Ou seja, isso implicaria na interrupção de muitos serviços, como de vigilância, portaria, limpeza, manutenção. Um desdobramento preocupante que impactaria, sem dúvida alguma, na manutenção desses mais de mil postos de trabalho com terceirizados.
Ainda assim, Burmann afirma que, diferentemente de outras universidades federais que cogitaram adiar o começo do segundo semestre, essa situação “sequer é pensada dentro da UFSM”. Com tantas restrições e dificuldades, o reitor enfatiza ser favorável à racionalização de gastos dentro da esfera pública. Porém, o que se tem vivido, diz ele, “é um estrangulamento”.
REUNIÃO
Para a próxima semana, Paulo Burmann irá a Brasília e fará, novamente, um périplo pelos ministérios da Educação (MEC), da Economia e das Ciências. O reitor tenta, porém, manter-se otimista e esperançoso de que o governo federal vá liberar o que segue contingenciado. Do contrário, após agosto, não haverá mais recurso para empenhar. Ou seja, para pagar as contas.
Fonte: Diário de SM