Safra no Rio Grande do Sul deve ser 10% menor em relação a de 2016/2017

O Rio Grande do Sul deve colher neste ano uma safra de 30,251 milhões de toneladas, volume 10% menor do que o ciclo histórico de 2016/2017. A estimativa do desempenho das principais culturas de verão foi divulgada na manhã desta terça-feira pela Emater, durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. O resultado foi puxado principalmente pela frustração da safra da soja na região Sul, que sofreu o impacto da estiagem. A previsão de colheita da oleaginosa é de 17,120 milhões de toneladas, queda de 7,8% em relação à última safra.

As demais culturas de verão também devem ter quedas: arroz, com 8,4 milhões de toneladas (-1,76%); feijão, com 68,3 mil toneladas (-8,82%); e milho, com 4,6 milhões de toneladas (-23,82%). Apesar da queda, a safra 2017/2018 deve ser a segunda melhor da história do Rio Grande do Sul, atrás apenas do recorde registrado no ciclo passado. “Temos que comemorar”, disse o presidente da Emater, Clair Kuhn. No caso da soja, a estimativa divulgada é superior ao levantamento inicial, feito em agosto do ano passado, quando a expectativa era de 16,7 milhões de toneladas. A produção de milho, por sua vez, deve cair 23,8%, com uma produção estimada em 4,6 milhões de toneladas. O desempenho deve-se à seca e redução de área.

O impacto econômico da safra de grãos está estimado em R$ 27,34 bilhões, o que significa que uma redução de R$ 3 bilhões em relação a 2016/2017. A expectativa, agora, é que pelo menos os preços compensem a queda da produção. “Os preços estão reagindo, a safra da Argentina está tendo redução, talvez isso possa compensar parte da perda do volume físico”, disse o secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Tarcísio Minetto. O fator positivo, segundo ele, é que o produtor vem de quatro safras consideradas boas, o que indica que ele poderá parte do acúmulo de reserva dos últimos anos para honrar compromissos.

O diretor técnico da Emater, Lino Moura, destacou que o desempenho da safra demonstra a necessidade de se aprimorar mecanismos de reservação de água e irrigação. Ele destacou ainda que a redução da área de milho é agronomicamente ruim, uma vez que a cultura é considerada fundamental para a conservação do solo devido ao seu sistema radicular, que abre galerias para que a água fique guardada no solo. O cenário também deve levar ao aumento da importação de milho no Estado.