Crise financeira do Estado afeta repasses para a área da saúde. Conselho das Secretarias Municipais diz que cenário é de colapso.
Apesar das promessas do Palácio Piratini, a crise nas finanças do governo gaúcho afeta serviços essenciais como a saúde. Segundo o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems-RS), pelo menos 15 hospitais estão fechados ou com atendimentos suspensos em função da falta de dinheiro.
Desses, três estão totalmente fechados: o Hospital de Passo do Sobrado; o Hospital Alcides Brum, de Santa Maria, com todos os atendimentos pelo SUS parados; e o Hospital Nossa Senhora do Livramento, de Guaíba, fechado desde a segunda-feira (6).
A situação fez o Cosems-RS entrar com uma ação na Justiça pedindo o pagamento por parte do estado dos recursos atrasados para as instituições de saúde, referentes ao mês de maio, junho e julho. A liminar, no entanto, foi negada pelo Tribunal de Justiça.
“A situação, a cada hora que a gente conversa com os municípios, nós temos novas notícias de suspensão de atendimento. Temos também outras situações como dificuldade de aquisição de medicamentos, de insumos. Ou seja, o cenário nos induz a uma situação de colapso”, diz o presidente do Cosems-RS e secretário de Saúde de Canoas, Marcelo Bósio.
A situação que já é crítica pode piorar ainda mais. Nos próximos dias, outras instituições já anunciaram que podem fechar ou reduzir atendimentos, como o Hospital de Caridade de Canguçu, no Sul do estado.
Em Santana do Livramento, no Fronteira Oeste, os funcionários da Santa Casa anunciaram que vão entrar em greve a partir desta sexta (10) por causa da falta do pagamento de salários. Apenas 30% dos funcionários vão seguir prestando serviço, conforme a lei.
Nesta quarta (8), os trabalhadores fizeram uma caminhada pelas ruas da cidade pra protestar. Eles reclamam do atraso no pagamento dos salários. O prefeito Glauber Lima garantiu que o hospital não vai fechar.
A Santa Casa é o único hospital da cidade que atende pelo SUS. Hoje, o hospital conta com 141 leitos, destes, 105 são públicos. Por causa da falta de recursos, a direção do hospital não descarta a possibilidade de redução do número de leitos do SUS.
G1/RS
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