Apesar da expectativa de um acerto que levasse ao fim da greve do magistério, que já dura 50 dias, o encontro entre governo do Estado e Cpers-Sindicato, nesta terça-feira, 7, acabou sem definição. Os professores condicionaram o fim da paralisação ao abono pelos dias parados, a garantia de que não haverá retaliação aos grevistas e a definição de um calendário para a recuperação das aulas.
A pauta será submetida ao governador Eduardo Leite. A expectativa é que até a quarta-feira, 8, haja uma definição.
O encontro — inicialmente marcado para sexta-feira, 10, mas antecipado após críticas ao Piratini pela demora para a negociação — durou cerca de meia hora. Na saída, a presidente do Cpers, Helenir Schürer, afirmou que não houve a apresentação de contraproposta. A alegação é de que será preciso consultar, mais uma vez, o governador para uma definição, mesmo que a pauta já fosse conhecida do governo.
— Já se sabia quais eram nossos pedidos. Está só nas mãos do governo o fim da greve — disse.
Apesar de ter perdido força nas últimas semanas, a greve ainda mantém 132 escolas totalmente paralisadas no Estado, cerca de 70 delas em Porto Alegre. A rede estadual conta com quase 2,5 mil instituições de ensino.
Questionado sobre o motivo de a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) não ter apresentado contraproposta, o titular da pasta, Faisal Karam, afirmou que já há um calendário de recuperação desde 21 de dezembro e que o desconto dos dias parados é legítimo, sendo necessário mais tempo para a decisão do Estado frente ao assunto.
Karam também fez críticas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), que concedeu medida cautelar estipulando prazo de 72 horas para que o Piratini apresente um plano para que o ano letivo de 2019 seja recuperado.
— Com todo respeito ao TCE, não caberia a ele pedir que o Executivo resolvesse esse impasse. E na sexta-feira, encaminhamos ao conselheiro (do TCE, Cézar) Miola e ao (procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo) Da Camino todo o projeto de recuperação de aulas e todas as ações que a Seduc fez. Vamos entregar novamente a documentação.
A reunião com o governador ainda não foi marcada. A tendência é de que a conclusão do assunto ocorra até a manhã desta quarta. A partir disso, uma nova rodada de negociação deverá ser realizada entre governo e Cpers.
*Mateus Ferraz/ZH