Na noite de ontem, terça-feira, 17, uma reunião envolvendo a direção do Hospital Divina Providência, Ministério Público, representantes da categoria médica, Brigada Militar, Secretaria da Saúde e Administração Municipal, reuniram-se no auditório da OAB de Frederico Westphalen para discutir a situação atual do plantão médico do HDP.

As pautas abordadas foram a sobrecarga de atendimento durante o período do plantão, a ampliação da equipe de sobreaviso, deficit no serviço ocasionado pela falta de pessoal e o pagamento dos funcionários. Atualmente o Hospital Divina Providência conta com 8 médicos plantonistas que realizam uma média 60 a 100 atendimentos por noite.

O presidente do Hospital Divina Providência, Silvestre Vargas Filho, destaca que o objetivo da reunião foi traçar uma diretriz para um melhor funcionamento dos serviços oferecidos pelo HDP:


Silvestre também fala sobre os repasses do Governo Estadual:


Durante a reunião também foi realizada a abertura do inquérito civil 61/2016, no qual as ações de melhorias deverão ser executadas pelos responsáveis, como explica o promotor de justiça Rogério Fava Santos:


Os atendimentos do plantão são de urgência e emergência, no entanto, de acordo com a administração do hospital e médicos presentes na reunião, a população procura o atendimento para tratar de situações que deveriam ser resolvidas em postos de saúde, sobrecarregando o trabalho dos plantonistas.

A implantação do Protocolo de Manchester foi uma das sugestões para diminuir o número de atendimentos no plantão. O Protocolo classifica, após uma triagem baseada nos sintomas, os doentes por cores, que representam o grau de gravidade e o tempo de espera recomendado para atendimento.  A implantação do Protocolo de Manchester será avaliada pelos profissionais da saúde e também direção do HDP e, se aceita, ações para conscientizar e informar a comunidade sobre o novo sistema serão iniciadas.

Uma rede de atendimento integrada também foi sugerida durante a reunião. Os computadores dos Postos de Saúde serão interligados com os computadores do Hospital para que os profissionais tenham acesso à ficha  de consulta de cada paciente.  Assim os plantonistas poderão identificar se o indivíduo já foi atendido pela rede de saúde quando, onde e porquê.

Um próximo encontro já foi marcado entre a secretaria e conselho municipal da saúde para definir os próximos passos que serão tomados para realizar as melhorias pautadas durante a reunião de ontem. O atendimento no plantão do HDP segue normal, com início às 20h.

Saiba mais sobre o Protocolo de Manchester

A Classificação de Risco é realizada com base em protocolo adotado pela instituição de saúde, normalmente representado por cores que indicam a protocolo-de-manchesterprioridade clínica de cada paciente. Para tanto, algumas condições e parâmetros clínicos devem ser verificados.

A classificação de risco deve ser executada por um profissional de nível superior, que geralmente é o enfermeiro que tenha uma boa capacidade de
comunicação, agilidade, ética e um bom conhecimento clínico.

O paciente que chega à unidade é atendido prontamente pelo enfermeiro, que fará uma breve avaliação do quadro clínico do paciente utilizando o protocolo de Manchester, depois encaminha o mesmo para o local de atendimento. A classificação é feita a partir das queixas, sinais, sintomas, sinais vitais, saturação de O2, escala de dor, glicemia entre outros. Após essa avaliação os pacientes são identificados com pulseiras de cores correspondentes a um dos seis níveis estabelecido pelo sistema.

A cor vermelha (emergente) tem atendimento imediato; a laranja (muito urgente) prevê atendimento em dez minutos; o amarelo (urgente), 60 minutos; o verde (pouco urgente), 120 minutos; e o azul (não urgente), 240 minutos.