Representação cresce e bancadas de mulheres do RS serão maiores na Assembleia e na Câmara

A representatividade das mulheres gaúchas é uma das vencedoras das eleições de 2022. Tanto na Câmara dos Deputados, em Brasília, como na Assembleia Legislativa, no Rio Grande do Sul, houve um aumento no número de representantes.

Neste domingo (2), seis mulheres foram eleitas como deputadas federais, o dobro de 2018. Em relação às deputadas estaduais, o número subiu de nove para 11. Veja abaixo os destaques em cada casa legislativa.

Câmara dos Deputados
O Congresso Nacional terá o dobro de mulheres gaúchas representando o estado na Câmara dos Deputados. As únicas reeleitas foram Fernanda Melchionna (PSOL) e Maria do Rosário (PT). Porém, com votações ainda mais expressivas.

Em 2018, a psolista teve 114,3 mil votos. Desta vez, cresceu quase 75%, liderou entre as mulheres e é a 4ª mais votada em geral.

“Estou muito orgulhosa e agradecida ao povo gaúcho, obviamente me surpreendeu. Credito isso ao PSOL, que cresceu nacionalmente; ampliou a bancada no RS com o Matheus [Gomes]; passamos de oito para 14 deputados federais; e à nossa garra na defesa das mulheres, do povo trabalhador e contra a postura autoritária do Bolsonaro. Foi um duplo reconhecimento”, avalia Melchionna.

Liziane Bayer, a terceira deputada eleita em 2018, conseguiu eleger uma sucessora: a irmã Franciane, que obteve 405, mil votos, pelo Republicanos. Liziane será suplente de Hamilton Mourão no Senado.

As novidades são Daiana Santos (PC do B) e Denise Pessôa (PT), da Federação Brasil da Esperança, e a ex-deputada estadual Any Ortiz (Cidadania), da federação formada com o PSDB.


Assembleia Legislativa
A mulher mais votada para a Assembleia Legislativa também é do PSOL. Luciana Genro cresceu 50% entre os dois pleitos e puxa à frente a bancada feminina.

“[Há] um avanço civilizatório, já que as mulheres são maioria na sociedade e não tinham essa representação política. Por outro lado, há um avanço nas pautas feministas. Falo de questões que dizem respeito ao interesse das mulheres: escolas infantis, saúde, da igualdade no mercado de trabalho, violência doméstica e da sociedade como um todo. Essas lutas estão mais fortes nos últimos tempos, até porque há um recrudescimento da Extrema Direita. A própria fala do Bolsonaro, que disse que teve três filhos homens e depois deu uma fraquejada e teve uma mulher, instigou nossa organização e resposta política a este discurso machista e misógino”, comenta.

Além dela, foram reeleitas Silvana Covatti (PP), Kelly Moraes (PL) e Sofia Cavedon (PT). Franciane Bayer, que foi para a esfera federal, deixa a cunhada Eliana Bayer (Republicanos) na sua vaga.

“A gente tem mulheres que não estão engajadas nesta luta das pautas feministas. Não é toda mulher que tem este perfil. Não são todas que compram esta briga. A gente tem pontos de acordo, obviamente, emendas de orçamento que priorizam o enfrentamento da violência contra a mulher. Mas o engajamento nem sempre é real”, afirma Luciana.

As outras eleitas foram Bruna Rodrigues (PC do B), Patrícia Alba (MDB), Delegada Nadine (PSDB), Stela Farias e Laura Sito (PT) e Adriana Lara (PL), ou seja, duas a mais do que em 2018.

Com informações G1*****