O novo radar meteorológico que prevê o monitoramento da chuva em tempo real foi instalado provisoriamente em Porto Alegre na quarta-feira (7), informou a Defesa Civil do Rio Grande do Sul.
O processo de calibração é a primeira etapa para início da operação de monitoramento.
A ideia inicial era que o equipamento ficasse no Morro São João, em Montenegro, a cerca de 70 km da capital. No entanto, segundo a Defesa Civil estadual, a empresa contratada para o fornecimento do serviço avaliou que, neste momento, não é possível o acesso terrestre para a sequência da operação no município.
Na última quinta-feira (1º), o caminhão guindaste que transportava um equipamento do radar meteorológico instalado em Montenegro tombou em uma ribanceira enquanto se deslocava para realizar o içamento. O motorista ficou ferido e precisou de atendimento médico. O equipamento não teve danos.
Segundo o Executivo, será feita um nova avaliação sobre a instalação.
O governo afirma que o Morro São João segue sendo a opção de local de instalação definitiva do equipamento. O Morro da Polícia, em Porto Alegre, já havia sido apontado como uma opção tecnicamente viável para instalação do radar durante os estudos preliminares.
A Defesa Civil do RS acrescenta que a solução “cumpre o cronograma, até que seja estabelecida uma solução definitiva”.
O que é o radar
O equipamento veio da República Tcheca e chegou ao Brasil em junho, durante as enchentes que deixaram 182 mortos, 29 desaparecidos e 806 feridos. No entanto, ele havia sido anunciado no fim do ano passado, juntamente com a empresa vencedora da licitação, após as enchentes de setembro e novembro.
O radar vai monitorar dados meteorológicos em uma raio de 150 km e prevê atualizações a cada 15 segundos. Por consequência, será possível mapear o volume dos rios, auxiliando na prevenção a enchentes.
O diferencial do radar é uma tecnologia que usa modelagem nowcasting (em português, previsão do presente) e inteligência artificial.
“Eles serão mais assertivos, ou seja, terão informações mais claras, direcionadas, e ainda mais precisas do ponto de vista temporal, com possibilidade de previsão e produção de alertas entre 3 a 6 horas de antecedência em relação ao fenômeno meteorológico extremo”, sustenta o governo.
O contrato assinado com o governo faz parte de uma licitação homologada pelo estado em dezembro de 2023. O contrato prevê o mapeamento dos dados meteorológicos em um prazo de cinco anos, que pode se estender por mais cinco, ao fim do período.
A escolha da cidade de Montenegro foi anunciada pelo governo estadual em 18 de abril. A medida levou em consideração a posição estratégica, que permite mapear a Região Metropolitana de Porto Alegre, o Vale do Taquari e parte da Serra. A área concentra uma população significativa e ainda não contava com um monitoramento mais preciso, segundo o estado.