Mulher, advogada, primeira filha do casal Antonio Carlos Caeran e Cecilia Maria Ferrari Caeran , natural de Frederico Westphalen, eleita como vereadora em sua primeira candidatura com 641 votos pelo Progressistas. Essa é Aline Ferrari Caeran, a única mulher no legislativo frederiquense.

Graduada em Direito pela URI/FW, mestre em Direito e Doutoranda em Educação também pela URI/FW, Aline sentiu a necessidade de se colocar a disposição da comunidade em 2019, quando foi por seis meses Diretora da Câmara Municipal,  “A partir desse olhar, enquanto diretora, bem como da compreensão da necessidade de Frederico repensar a politica que vivenciamos, retomando o comprometimento com o bem comum e princípios que nos são tão caros,senti a necessidade de me colocar a disposição da comunidade de Frederico Westphalen/RS para mostrar que a politica é necessária e deve ser construída com seriedade. Somado a isso, observo a necessidade de termos representatividade feminina na câmara de vereadores e pessoas com conhecimento técnico para desempenhar o fundamental papel de ser vereador(a)”, contou a candidata eleita que também é  professora no curso de Direito da Uri. 

Dos 56 candidatos ao legislativo nas Eleições Municipais 2020, 20 eram mulheres e apenas uma eleita. A cientista politica Joanna Burigo, explica que a inserção da mulher no meio político cresce a passos lentos e com muitas dificuldades “Um resultado que pode ser lido como positivo, esse retorno forte das políticas patriarcas que temos vistos, uma manifestação da diversidade de cargos parlamentares e executivos e cargos eletivos de representação política. As estruturas arquitetônicas e ideológicas não foram pensadas para que tenha mulheres. Todas as mulheres que colocaram a cara na política, vão estar sujeitas a misoginia. As mulheres que desviam das expectativas sociais impostas muitas vezes são tratada como uma párea e enfrentam uma série de injuriais machistas”.  

Para Aline, a inserção na política não foi uma tarefa fácil. “Vivemos em uma sociedade que é preciso uma ruptura de questões culturais muito fortes no que tange a estigmatização das mulheres. As mulheres precisam estar presentes em todos os seguimentos sociais, no entanto, me entristece saber que a politica ainda se mostra um ambiente muito masculino”, falou Aline, que precisou conciliar a campanha com a docência, advocacia e doutorado. Além dela, mais quatro mulheres foram candidatas ao legislativo pelo Progressistas

A partir de 2021 Aline estará em minoria na Câmara, não só por ser a única mulher, mas também pela composição partidária da casa legislativa. O PP, partido de Aline, ficou com apenas três representantes, já o MDB, além de ter elegido prefeito e vice, contará com  cinco vereadores. No entanto, a situação não será empecilho para que as ações propostas de Aline sejam executados “Vivemos em uma democracia, logo, é necessária a pluralidade partidária. Se o fim da Administração Pública é o bem comum e o atendimento das necessidades públicas, por certo que a sigla partidária não deverá ser relevante na atuação tanto do gestor público municipal, quanto dos vereadores. Nesse sentido destaco que é preciso união entre todos os vereadores no que tange a fiscalização do Poder Público (controle externo), bem como para deliberação de propostas que visem o interesse público”, destacou.

Conforme os dados compilados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o pleito municipal contou com 9 mil vereadores eleitas, o que representa uma média de 16% frente a 84% de homens eleitos.

“Me sinto orgulhosa de ser mulher e ter obtido êxito na minha campanha, foi resultado de muito trabalho e dedicação. Gostaria de ter mais mulheres ao meu lado durante o mandato, mas o fato de ser a única mulher da câmara não me intimidará, tampouco me impedirá de exercer com competência e dedicação a função de vereadora”, finalizou.

Aline tomará posse como noval edil a partir de 2021.